O Brasil precisa solucionar o problema de seus “exilados acadêmicos”, disse nesta quinta-feira (12)
o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), durante audiência pública sobre o Projeto de Lei do
Senado (PLS) 399/11, que trata da revalidação de diplomas emitidos por instituições estrangeiras de
ensino superior. Ao anunciar seu voto favorável à proposta, o senador sugeriu que se beneficiem
não apenas futuros estudantes, mas também os que já fizeram cursos no exterior.
- Trata-se de uma questão de direitos humanos. Dezenas de milhares de jovens são hoje
praticamente exilados acadêmicos, pois podem entrar no país, mas não no consultório ou no
escritório de engenharia. No momento em que o Brasil enfrenta escassez de profissionais,
desperdiçamos os que têm diploma estrangeiro. Não podemos carimbar todos os diplomas, mas não
podemos rasgar todos – afirmou Cristovam durante a audiência conjunta das Comissões de
Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) e de Educação, Cultura e Esporte (CE).
De autoria do senador Roberto Requião (PMDB-PR), que presidiu a reunião, o projeto estabelece
que “os diplomas de cursos de graduação, mestrado ou doutorado de
reconhecida excelência acadêmica, expedidos por instituições de educação superior estrangeiras,
poderão ter revalidação ou reconhecimento automático”. Caberá ao Poder Público, prossegue o
texto, divulgar periodicamente a lista de cursos reconhecidos.
Ao apresentar a proposta, Requião lembrou que a Universidade Federal do Paraná, pela qual se
formou advogado, não aceitou contratar para professor um “extraordinário jurista uruguaio” porque
ele não tinha diploma reconhecido no Brasil.
O secretário de Educação Superior do Ministério da Educação, Amaro Henrique Pessoa Lins,
considerou oportuno o debate sobre o tema, no momento em que existe falta de profissionais em
diversos ramos da economia brasileira. Ele disse que o ministério está disposto a “ouvir todos que
participam do tema”, no processo de formulação de uma nova política sobre revalidação de
diplomas.
Mais de 20 mil brasileiros que fizeram curso no exterior “não têm seus direitos respeitados”,
segundo informou na reunião o presidente da Associação Nacional de Pós-Graduados em
Instituições Estrangeiras de Ensino Superior, Vicente Celestino de França. . Em sua opinião, existe
atualmente um “bloqueio” à revalidação de diplomas nas universidades brasileiras, às quais cabe a
tarefa de reconhecer os documentos emitidos por instituições de outros países.
- Falam que são diplomas de má qualidade. Não queremos revalidação sem qualidade – disse
Celestino.
Ao apresentar a posição das universidades federais, a pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação da
Universidade Federal de Goiás, Divina das Dores de Paula Cardoso, observou que mais da metade
dos títulos que chegam de outros países não podem ser reconhecidos, o que gera, como admitiu,
uma “situação extremamente grave para o estudante, para a instituição que não pode reconhecer o
diploma e para o Brasil”.
- Tomando por base minha instituição, a grande maioria dos diplomas que chegam para ser
reconhecidos provém não de grandes instituições de excelência mundial, mas de instituições
totalmente desconhecidas – afirmou Divina.
Durante o debate, a senadora Ana Amélia (PP-RS) pediu cautela no debate do tema. Ela recordou
que existem aproximadamente 25 mil estudantes brasileiros de medicina na Bolívia. Mas ressaltou anecessidade de verificação de seus conhecimentos quando retornarem ao país. Por sua vez, a
senadora Ângela Portela (PT-RR) defendeu o projeto de Requião e observou que “cursos de
qualidade precária não são primazia de universidades estrangeiras”.
A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) questionou se as universidades brasileiras contam
com estrutura suficiente para analisar todos os pedidos de revalidação de diplomas. O senador
Blairo Maggi (PR-MT) alertou que, se o Brasil pretende participar de um Mercosul unido, deve
preocupar-se com os estudantes brasileiros que fazem cursos em países vizinhos.
Proveniente do mesmo estado, o senador Pedro Taques (PDT-MT) observou que o tema “é
palpitante” no Mato Grosso, uma vez que muitos jovens daquele estado vão estudar no Paraguai e
na Bolívia.
- Esses estudantes querem ser tratados sem preconceitos. Temos um preconceito cultural contra os
latino-americanos, os tratamos como piores do que nós – afirmou.
Para o senador Randolfe Rodrigues (PSol-AP), a falta de revalidação de diplomas “beira o
absurdo”. Ele citou o caso da falta e médicos no interior do Brasil, apesar da existência de médicos
formados em outros países que não podem exercer a profissão. Por sua vez, a senadora Marta
Suplicy (PT-SP) recordou que estudantes brasileiros formados pela melhor faculdade europeia de
hotelaria, na Áustria, a partir de convênio firmado quando ela era ministra do Turismo, não
conseguem revalidar seus diplomas. Ao final da audiência, o senador Antônio Carlos Valadares
(PSB-SE) previu que, por meio da aprovação do projeto, o país “haverá de encontrar a solução que
a sociedade espera”.
Fonte: Agência Senado de Noticias
o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), durante audiência pública sobre o Projeto de Lei do
Senado (PLS) 399/11, que trata da revalidação de diplomas emitidos por instituições estrangeiras de
ensino superior. Ao anunciar seu voto favorável à proposta, o senador sugeriu que se beneficiem
não apenas futuros estudantes, mas também os que já fizeram cursos no exterior.
- Trata-se de uma questão de direitos humanos. Dezenas de milhares de jovens são hoje
praticamente exilados acadêmicos, pois podem entrar no país, mas não no consultório ou no
escritório de engenharia. No momento em que o Brasil enfrenta escassez de profissionais,
desperdiçamos os que têm diploma estrangeiro. Não podemos carimbar todos os diplomas, mas não
podemos rasgar todos – afirmou Cristovam durante a audiência conjunta das Comissões de
Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) e de Educação, Cultura e Esporte (CE).
De autoria do senador Roberto Requião (PMDB-PR), que presidiu a reunião, o projeto estabelece
que “os diplomas de cursos de graduação, mestrado ou doutorado de
reconhecida excelência acadêmica, expedidos por instituições de educação superior estrangeiras,
poderão ter revalidação ou reconhecimento automático”. Caberá ao Poder Público, prossegue o
texto, divulgar periodicamente a lista de cursos reconhecidos.
Ao apresentar a proposta, Requião lembrou que a Universidade Federal do Paraná, pela qual se
formou advogado, não aceitou contratar para professor um “extraordinário jurista uruguaio” porque
ele não tinha diploma reconhecido no Brasil.
O secretário de Educação Superior do Ministério da Educação, Amaro Henrique Pessoa Lins,
considerou oportuno o debate sobre o tema, no momento em que existe falta de profissionais em
diversos ramos da economia brasileira. Ele disse que o ministério está disposto a “ouvir todos que
participam do tema”, no processo de formulação de uma nova política sobre revalidação de
diplomas.
Mais de 20 mil brasileiros que fizeram curso no exterior “não têm seus direitos respeitados”,
segundo informou na reunião o presidente da Associação Nacional de Pós-Graduados em
Instituições Estrangeiras de Ensino Superior, Vicente Celestino de França. . Em sua opinião, existe
atualmente um “bloqueio” à revalidação de diplomas nas universidades brasileiras, às quais cabe a
tarefa de reconhecer os documentos emitidos por instituições de outros países.
- Falam que são diplomas de má qualidade. Não queremos revalidação sem qualidade – disse
Celestino.
Ao apresentar a posição das universidades federais, a pró-reitora de Pesquisa e Pós-Graduação da
Universidade Federal de Goiás, Divina das Dores de Paula Cardoso, observou que mais da metade
dos títulos que chegam de outros países não podem ser reconhecidos, o que gera, como admitiu,
uma “situação extremamente grave para o estudante, para a instituição que não pode reconhecer o
diploma e para o Brasil”.
- Tomando por base minha instituição, a grande maioria dos diplomas que chegam para ser
reconhecidos provém não de grandes instituições de excelência mundial, mas de instituições
totalmente desconhecidas – afirmou Divina.
Durante o debate, a senadora Ana Amélia (PP-RS) pediu cautela no debate do tema. Ela recordou
que existem aproximadamente 25 mil estudantes brasileiros de medicina na Bolívia. Mas ressaltou anecessidade de verificação de seus conhecimentos quando retornarem ao país. Por sua vez, a
senadora Ângela Portela (PT-RR) defendeu o projeto de Requião e observou que “cursos de
qualidade precária não são primazia de universidades estrangeiras”.
A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) questionou se as universidades brasileiras contam
com estrutura suficiente para analisar todos os pedidos de revalidação de diplomas. O senador
Blairo Maggi (PR-MT) alertou que, se o Brasil pretende participar de um Mercosul unido, deve
preocupar-se com os estudantes brasileiros que fazem cursos em países vizinhos.
Proveniente do mesmo estado, o senador Pedro Taques (PDT-MT) observou que o tema “é
palpitante” no Mato Grosso, uma vez que muitos jovens daquele estado vão estudar no Paraguai e
na Bolívia.
- Esses estudantes querem ser tratados sem preconceitos. Temos um preconceito cultural contra os
latino-americanos, os tratamos como piores do que nós – afirmou.
Para o senador Randolfe Rodrigues (PSol-AP), a falta de revalidação de diplomas “beira o
absurdo”. Ele citou o caso da falta e médicos no interior do Brasil, apesar da existência de médicos
formados em outros países que não podem exercer a profissão. Por sua vez, a senadora Marta
Suplicy (PT-SP) recordou que estudantes brasileiros formados pela melhor faculdade europeia de
hotelaria, na Áustria, a partir de convênio firmado quando ela era ministra do Turismo, não
conseguem revalidar seus diplomas. Ao final da audiência, o senador Antônio Carlos Valadares
(PSB-SE) previu que, por meio da aprovação do projeto, o país “haverá de encontrar a solução que
a sociedade espera”.
Fonte: Agência Senado de Noticias
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