6 de junho de 2011

Entre a mudança e o bom voto




Tão perto, tão longe. Incrível como as qualidades da gestão multiplica a distância entre diferentes pontos. Essa é a percepção clara de um rondoniense que visita o Acre. Os quilômetros que separam os dois estados parecem aumentar diante das soluções encontradas pelo nosso vizinho para resolver os problemas tão conhecidos de nossa população.

Há tempos os rondonienses são constrangidos pelo descaso de seus gestores. Tamanha indiferença fez com que a capital de Rondônia se tornasse um cartão postal vergonhoso. Hoje, Porto Velho exibe as marcas do abandono. A cidade, que deveria ser exemplo para o estado, se apresenta feia, suja, sem calçadas, sem asfalto, com lixo e esgotos a céu aberto, lama e poeira misturadas, obras inacabadas e um trânsito caótico. O retrato do caos.

Em contraposição, Rio Branco – a capital acreana – exibe sua boa forma. Totalmente repaginada, é uma cidade limpa e aprazível. Tem ares de casa bem cuidada, daquelas em que o dono está sempre atento e preparado para agir e fazer os reparos necessários. O zelo é sinal de compromisso de seus gestores: o prefeito Raimundo Angelin e os irmãos Tião e Jorge Viana, que fazem bela dupla a serviço do povo (o primeiro, como governador; o segundo, representando o Estado no Senado Federal).

Mas não é só no urbanismo que o trabalho desses gestores funciona como modelo para os nossos. Eles fazem história também no que se refere à assistência em saúde. Uma prova recente aconteceu durante o Encontro de Conselhos Regionais de Medicina do Norte e Centro-Oeste, realizado em Rio Branco, quando não pudemos conter a emoção diante dos êxitos apresentados. Como apaixonados que somos pela Amazônia, as conquistas do Acre são nossas também e um estímulo para atingirmos o mesmo patamar.

Impossível não vibrar durante visita às unidades de Saúde do Estado que, segundo palavras do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, devem servir de exemplo para todo o país. Confesso que, como morador de Rondônia, fiquei com uma pontinha de inveja dos nossos vizinhos e irmãos acreanos, que usufruem de uma rede de Saúde Pública que disputa espaço e concorre com a rede particular. Inveja santa, quero sublinhar.

Instalações físicas da melhor qualidade, ambientes climatizados e limpos, serviços próprios – e não terceirizados – de hemodiálise e um serviço de oncologia com aparelho exclusivo de tomografia computadorizada. Tudo público. Tudo para o povo. Minha declarada inveja se multiplicou quando soube que dentro de 90 dias serão realizados transplantes de fígado no Estado do Acre.

O conjunto da obra exige rendição: é preciso reconhecer e elogiar o importante papel dos irmãos Jorge e Tião Viana, meninos criados nas ruas de Rio Branco, nesse processo. Tião, um colega médico, assinala em cada gesto seu compromisso com o Acre. Sem pestanejar, considero-o, hoje, o melhor e mais bem preparado gestor público de nosso país. E atenção: estamos apenas no início de sua gestão. Recomendo voltarmos nossos olhos para aquele estado e acompanhar as novidades e esforços que virão.

Quanto a nós, aqui de Rondônia, infelizmente, até o momento, somos confrontados com duas alternativas: ou mudamos para o Acre ou aprendemos a votar. Diante do meu compromisso com nossa população e nossa história, recomendo fortemente que adotemos o segundo caminho. Devemos descobrir o valor do bom voto, dado aos homens e mulheres sérios e comprometidos, que colocam o bem público e coletivo acima de mesquinhos interesses privados e pessoais.

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