30 de junho de 2011

REPUTAÇÃO DO MÉDICO





A boa reputação do médico é a pedra de toque do seu poder de cura.
Nenhuma outra profissão exige maior credibilidade que a médica. Destaque-se, desde logo, que a exigência de boa conduta transcende aos atos médicos. Não há como dissociar, neste mister, o pessoal do profissional.
Cai em desgraça o médico quando sua má fama ganha repercussão através da mídia. Há médicos de respeitável saber que caem em descrédito porque agem mal como pessoa, praticam atos que não se coadunam com alguém em quem se possa confiar. Por outro lado, há aqueles que socialmente se mostram respeitáveis mas que, por deficiência de formação profissional, perpetram terapias danosas aos pacientes que assistem. Esses também pagarão, mais cedo ou mais tarde, o tributo que devem à sociedade por sua conduta inadequada. Não há como fazer de um mau cidadão um bom médico.
"É mais fácil suportar uma consciência pesada do que uma má reputação", escreve Friedrich Nietzsche, o niilista. Os estragos que a má reputação provoca na vida de um médico suprimem-lhe o maior substrato que dispõe para o êxito profissional: a credibilidade. Para que serve um médico no qual não se pode confiar? Certamente para trazer mais apreensões e dúvidas a quem dele precisa, como nunca, de certezas.
Desde o nascimento da medicina, Hipócrates demonstrou preocupação com o comportamento de seus discípulos. Suas recomendações iam ao detalhes de como se comportar, vestir e se expressar socialmente. Estabeleceu em seu lapidar juramento o alicerce das normas éticas que deveriam nortear as atitudes do médico. O artigo 4º do Código de Ética Médica, por exemplo, chama atenção para a necessidade de "zelar e trabalhar pelo perfeito desempenho ético da Medicina e pelo prestígio e bom conceito da profissão".
Ações deletérias orquestradas pela mídia para difamar o médico atingem muito além da individualidade difamada, pois "corrompem a capacidade de cura dos médicos", como lembra Bernard Lown. E mais: cada vez que as pessoas desacreditam nos médicos, ministros da medicina, perdem a esperança de que esta ciência possa devolver-lhes a saúde. Isto provoca desalento, desamparo, medo, desesperança e, por vezes, em situações com risco de vida, desespero. O médico que deliberadamente junta-se a esses maledicentes para crucificar seus colegas, mormente quando com propósitos escusos de autopromoção, deveria merecer repúdio da classe e punições éticas e legais. Toda acusação contra um médico deve fundamentar-se em fato concreto e embasar-se em pressupostos éticos que visem resguardar a sociedade dos maus profissionais.
Preservar a boa reputação, em relação a si e a seus colegas, é mais que um dever ético do médico. É um dever humanitário. Porque a crença – por parte dos pacientes – no médico é um dos mais poderosos meios de que o mesmo dispõe para curar, aliviar e consolar seus enfermos.

Hiran Gallo

29 de junho de 2011

A CORRUPÇÃO E A SAÚDE



Acredito que a corrupção, notadamente no setor público, deve ser considerada crime hediondo. Por uma razão incontrastável: a corrupção mata - literalmente.
Não é difícil perceber que o dinheiro roubado do erário, desviado de sua finalidade social, corrói a prestação dos serviços dos governos em geral e, na Saúde, resulta em mortes de crianças e adultos que recorrem aos hospitais públicos e acabam por sucumbir pela desarrazoada e imperdoável falta de equipamentos, medicamentos, leitos, profissionais qualificados.
Em decorrência das tragédias que ocasiona, a corrupção pode, pois, ser entendida como um imposto superlativamente doloroso, mais perverso ainda do que a inflação, porque a roubalheira de dinheiro público empobrece as pessoas, avilta a sociedade e desmoraliza as instituições.
Médico, formado há mais de 30 anos, tenho testemunhado uma progressiva e recalcitrante queda na qualidade dos serviços públicos de Saúde em todo o nosso país.
Pelos idos de 1980, quando médico residente no Rio de Janeiro, havia, naquela cidade, serviços médicos governamentais bem organizados, referências até para o setor privado, enfim, grupos de pesquisas exemplares. Vale lembrar o Hospital dos Servidores, o Hospital de Ipanema, Andaraí, Lagoa, e outros, hoje, ao que se sabe, totalmente sucateados, mercê da politicagem.
Convém ainda considerar que os recursos até então destinados aos hospitais especializados foram redirecionados para os verticalizados Programas de Saúde da Família, copiados do improviso e da penúria do regime castrista, iniciativas estas de resultados práticos e estatísticos ainda pouco conhecidos.
Administrar a Saúde no Brasil é administrar a escassez e é notável que os burocratas da Saúde demonstrem dificuldade para entender que a verdadeira qualidade da ação de saúde mora no coração e na alma do profissional de Saúde (Donabedian).
Ao término da Residência Médica, voltei para o meu Estado de Rondônia, onde nasci, e lá permaneço trabalhando até hoje. O que venho testemunhando em Rondônia, embora reflexo do que acontece no resto do país por causa da corrupção, entre outras mazelas, o esfacelamento das instituições e a degradação do setor público de Saúde, não ufana a mim nem a esmagadora maioria dos rondonienses – naturais ou por adoção.
Penoso constatar e ser obrigado a admitir, mas o fato é que padece o profissional disposto a trabalhar com o propósito de oferecer a mínima qualidade no ambiente desaconchegante de hospitais desnudos, desaparelhados. Razão pela qual, é indescritível o sofrimento dos pacientes amontoados, por exemplo, nos corredores fétidos do Pronto Socorro da capital Porto Velho.
Organizar serviços, rotinas, fazer algum tipo de pesquisa, só na cabeça de alguns sonhadores.
Embora o setor público da Saúde em Rondônia não apresente qualquer perspectiva de melhora, sabe-se que hospitais já tiveram seus prédios reformados e pintados incalculadas vezes e inúmeros serviços já foram inaugurados, anunciados com sensacionalismo na mídia. Só que nunca atenderam um paciente sequer.
Se, em Rondônia, os pacientes com câncer permanecem desassistidos, abandonados, existe um outro câncer entranhado nos meios políticos que contribui para diminuir a qualidade de vida e a felicidade dos rondonienses.
Aliás, diga-se, as recentes notícias sobre a corrupção de políticos em Rondônia, embora já não tenham o poder de me causar qualquer estranheza, jamais deixarão de me envergonhar e entristecer. Como tenho certeza que envergonhados e tristes ficam os brasileiros em geral ao verem os corruptos assaltarem os cofres federais.
O presidente do Banco Mundial, James D. Wolfensohn, comparou a roubalheira pública a um incêndio florestal: “A corrupção muitas vezes não pode ser contida. Mas, sem lhe dar combate, seu poder de destruição não tem limites”.
O Conselho Regional de Medicina de Rondônia é ativo participante do “Movimento pela Transparência”, que pretende arregimentar pessoas e instituições para dar combate a esta epidemia letal que atende pelo nome de Corrupção.
Estamos convencidos de que o combate mais eficaz à corrupção atende pelo nome de Cidadania, com Segurança, Educação e Saúde de boa qualidade ao alcance de todos.
Na contraposição dos interesses da sociedade, para os corruptos, quanto pior, melhor. Que ninguém se iluda. Quando os administradores da Saúde Pública alardeiam competência ao comemorar o aumento no número de atendimentos e internações nos hospitais e postos de Saúde é porque a Saúde do povo vai mal.
Políticos fisiológicos, solícitos, conseguem mandatos distribuindo favores aos doentes, miseráveis, viciados. A corrupção sobrevive na mentira e não raro precisa da miséria e da doença para se justificar e prosperar. A doença humilha, coloca o cidadão de joelhos, torna-o um pedinte a mercê dos donos do poder.
A corrupção, assim como o câncer, requer medidas radicais, ainda que eventualmente mutilantes.
Os corruptos, estes criminosos hediondos, não podem permanecer impunes, endinheirados, intimidadores e debochados. Enfim, é necessário acabar com o conceito equivocado de que a Lei é para todos, mas a Justiça é para poucos.










14/02/2011 Roberto D’Ávila (d), presidente do CFM, eu e Inês Motta, por ocasião da última visita a Rondônia, uma demonstração de prestigio da classe médica rondoniense. Na agenda, uma audiência com o governador Confúcio Moura e com o secretário de Saúde, Alexandre Muller.


Sempre relatamos nas reuniões plenárias do Conselho Federal de Medicina as condições precárias da Saúde em Rondônia, como de resto em todo o Brasil. Mas com a visibilidade que o governador Confúcio conseguiu dar ao problema ao jogar na mídia nacional a questão do João Paulo 2º – que não se resume ao único problema da Saúde de Rondônia -, a diretoria do CFM deliberou por uma nova visita de inspeção a Rondônia. E isso é bom.




21/02/2011 Confucio Moura em visita ao CRM
para reunião com o CFM. Além de demonstrar seu compromisso com a sociedade, a atenção que o CFM tem dispensado a Rondônia denota também preocupação com a classe médica. “Ter um ambiente de trabalho em boas condições e salário digno são fundamentais para que o profissional médico possa fazer um bom atendimento e essa é uma preocupação do Conselho Federal de Medicina”, tenho confiança na administração de Confúcio Moura para implementar as melhorias que o setor de saúde reclama.



Alexandre Padilha em visita ao CFM
vi na visita de Padilha ao CFM uma retomada do diálogo entre as entidades médicas com o Ministério da Saúde (MS), o sistema de saúde do País vai ganhar em muito já que, os debates voltarão a ser mais técnicos do que políticos. “As entidades médicas haviam se retirado do Conselho Nacional de Saúde (CNS) porque se discutia muita questão política e a técnica, que mais interessava, estava em segundo plano”. Aproveitei a visita de Padilha ao CFM para reforçar o apelo de intervenção feito por Confúcio Moura e revelei que a situação de caos é antiga, tendo sido denunciada inúmeras vezes pelo Conselho Regional de Medicina de Rondônia (Cremero), através de relatórios encaminhados ao próprio governador e secretário de Saúde, além de Ministério Público, Tribunal de Contas e Câmara de Vereadores e ordem dos Advogados do Brasil.



Sessão plenária; Comissão para revisão dos procedimentos de reprodução assistida “Apesar de antiga resolução ter representado grande avanço, o CFM sentiu a necessidade de se adaptar à evolução tecnológica e modificações de comportamento social.



Fórum debate situação socioeconômica das cooperativas médicas 2010 “Trata-se de uma realização da Comissão de Cooperativismo Médico do CFM, para, através de debates com médicos cooperativistas de todo o País, ajudar a amadurecer os trabalhos da comissão, que tem a função de fiscalizar as ações das cooperativas médicas”, ao longo dos últimos quatro anos, muito se avançou por causa da realização desses fóruns e do diálogo.



(Cremero) instituiu a comenda ‘Diploma de Mérito Ético – Profissional – 25 anos’, que foi concedida a 180 médicos.



Eu e Inês Motta, ao receber a comenda, “grandes professores” como os médicos Jacob Freitas Atallah (CRM 04) e Helio Struthos Arouca (CRM 10) devem ser lembrados sempre. “Essa honraria nada mais é que fazer justiça para com esses colegas. O Cremero, hoje, além de prestar homenagem, reconhece o valor que esses médicos tiveram e têm para a medicina no Estado”.





Visita à sede do Cofen. O encontro aconteceu no último dia 23/05/2011, quarta-feira, às 16h. Dr. Manoel Carlos Neri da Silva acompanhado de sua vice-presidente, Dra. Julita Correia Feitosa; e de seus conselheiros




Além do presidente Roberto d’Avila, a diretoria é composta por:

1º vice-presidente – Carlos Vital
2º vice-presidente – Aloísio Tibiriçá Miranda
3º vice-presidente – Emmanuel Fortes Cavalcante
Secretário-geral – Henrique Batista e Silva
1º secretário – Desiré Callegari
2º secretário – Gerson Zafallon Martins
Tesoureiro – José Hiran da Silva Gallo
2º tesoureiro – Frederico Henrique de Melo



27 de junho de 2011

CFM, ENCOMENDA PESQUISA COM FILIADOS A PLANOS DE SAÚDE






CFM – Conselho Federal de Medicina, encomendou do Instituto Datafolha uma pesquisa, à mesma foi realizada em Abril ultimo, foram ouvidos; 2.061 filiados à Planos de Saúde em 145 municípios, 6 em cada 10 entrevistados admitiram ter tido algum tipo de problema com a administradora, no prazo de 12 meses.
Dentre as reclamações; Dificuldade Para Marcação de Consulta, Tempo de Espera Abusivo em Pronto Socorro, Consulta, Laboratórios, Obstáculos Para Realizações de Exames e Procedimentos Médicos.
Os médicos também reclamam contra baixa remuneração, recebem em torno de R$ 30,00 de consulta.

MAMOGRAFIA



É o melhor meio de detectar o Câncer de Mama, lamentavelmente as mulheres brasileiras esperam mais de dois meses para fazer a Mamografia. O Ministério da Saúde justifica que a demora não é por falta de estrutura, pois o pais tem equipe suficiente para atender a todas.
Hoje temos 1.285 Mamógrafos funcionando no Brasil, de acordo com estudos, os aparelhos estão concentrados principalmente na Região Sudeste, a falta de um bom planejamento é um dos fatores para a má distribuição dos mesmos.
Na região norte principalmente em estados como Amapá, Rondônia, Acre, Roraima, só existem estes aparelhos na capital segundo o Ministério da Saúde.
Portanto quanto mais cedo o Câncer de Mama for detectado maior a eficacia do tratamento, não podemos descartar o auto exame, mas jamais ele substituirá o exame de Mamografia.

22 de junho de 2011

IV FÓRUM NACIONAL DE COOPERATIVISMO MÉDICO





Lideranças defendem fortalecimento do sistema

A organização do trabalho médico em um sistema cooperativista é a melhor alternativa para a valorização do profissional. Esta foi uma das principais conclusões do IV Fórum Nacional de Cooperativismo Médico, realizado no Conselho Federal de Medicina (CFM), em Brasília (DF), nos dias 14 e 15 de junho.

Essa posição – um consenso entre todos os participantes do encontro – deve pautar o desenvolvimento de ações para fortalecer o modelo que funciona no campo da saúde suplementar, acredito que, este é o caminho para o médico conseguir receber honorários justos e adequados. “Fortificando o cooperativismo, vamos ter uma saúde de qualidade”,

O IV Fórum Nacional de Cooperativismo Médico foi prestigiado por um grande número de lideranças, como representantes da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), de inúmeras Unimeds e de conselhos regionais de medicina, entre outros. Na abertura, estiveram presentes o os presidentes do Conselho Federal de Medicina (CFM), Roberto Luiz d´Avila; da Federação Nacional dos Médicos (Fenam), Cid Carvalhaes; e da Associação Médica Brasileira (AMB), José Luiz Gomes do Amaral.

Também participaram das atividades, o senador Paulo Davim (PV/RN) e os presidentes da Confederação Brasileira das Cooperativas Médicas (Confemed), Ewaldo Agripino Fraga, e da Cooperativa de Trabalho dos Médicos Cardiologistas do Estado de São Paulo (Coopecárdio), Carlos Japhet Albuquerque.

O presidente Nacional do PMDB, senador Valdir Raupp de Matos, de Rondônia, veio ao CFM para acompanhar a reunião e, em sua exposição, se declarou um entusiasta do cooperativismo e parabenizou a iniciativa do CFM ao promover o debate.

Temas como o honorário médico no sistema Unimed, as formas de valorizar o trabalho médico, o papel do Legislativo na defesa do cooperativismo médico e da saúde, a agenda regulatória da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para o cooperativismo da saúde, e a visão do Ministério Público do Trabalho, compuseram a pauta dos trabalhos.

O presidente do CFM comemorou a quarta edição deste Fórum e apontou sua realização como uma prova do amadurecimento do movimento médico. “Precisamos discutir e encarar, com elegância, nossas discordâncias. Desta forma, poderemos buscar, em conjunto, a valorização do trabalho médico”.

Declarou que o Fórum integra a agenda permanente do CFM, sendo que sua quinta edição deverá ser anunciada em breve. Os que tiverem interesse em conhecer os argumentos apresentados no encontro recém-realizado, podem fazê-lo por meio do site do CFM (www.portalmedico.org.br), no item eventos.


Portanto defender o cooperativismo é defender uma boa prática médica, uma medicina de qualidade. É resgatar a dignidade do médico, "É COMBATER O MERCANTILISMO"

PARAR DE ROUBAR!!

12 de junho de 2011

ACRE 01 X 0 RONDÔNIA



Após recente visita ao Acre, conheci hospitais e o sistema de Saúde local, fiz comparações entre a política de saúde dos governos acreano e o rondoniense e conclui que, em Rondônia, a Saúde padece por falta de gestão. Fiquei surpreso com a situação da saúde pública do Acre, a classe médica é motivada e o governador Tião Viana, que também é médico, mostra que está ao lado da população, quando o gestor público tem boas propostas, é possível fazer uma administração limpa, honesta e transparente. Afirmo que o Estado é uma vitrine de como se faz Saúde Pública no Brasil.
Nos meus 30 anos de medicina, o que percebo é que, em Rondônia, faltam planejamento e gestores capacitados, que tenham compromisso com a Saúde Pública.
Em análise à gestão do atual governo do Estado, já se passaram quase seis meses e a situação da saúde continua igual, ainda tenho esperanças de que venham as melhorias prometidas.
Em relação a saída do secretário de Saúde Alexandre Muller. Soube que foi pelo blog, se realmente foi assim, essa troca de secretários foi desrespeitosa e desmoralizadora.
Por outro lado, tenho expectativa de que o novo secretário, Orlando Ramires, é uma pessoa experiente, desejo que faça um planejamento que possibilite melhorias reais à saúde. Torno a dizer, temos que visitar centros que deram certo, como o Acre, depois é traçar um plano de gestão, se não, não se faz nada.

SAÚDE AINDA SEM RUMO









Quando o governador Confúcio Moura foi eleito, a expectativa maior em relação a seu governo, por óbvio, era, como ainda é e será, relacionada a área de saúde. Caso essa procedente esperança de solução ou, pelo menos, de atenuação do problema, não se confirme, a decepção será irremediável.
O compromisso do governador é intransferível. Afinal de contas ele é médico e empresário na área de saúde. Por isso, não pode sequer alegar que não entende do assunto e que foi confundido por assessores incompetentes.
Todos que vivem aqui sabem, há muito, que saúde foi prioridade por outros governantes que aqui passaram apenas no discurso. De fato, o descaso foi a tônica dessas gestões descompromissadas com os verdadeiros valores éticos e humanos. É absolutamente inaceitável as condições em que muitos pacientes , décadas a fio, foram sentenciados ao abandono. Muitos – muitos mesmo! – sofreram além da conta; dos que resistiram, muitos ficaram com seqüelas. Outros tantos, partiram para sempre antes de sua hora.
Não é, repito, justo, ético e humano que esse estado deplorável continue. Seis meses já se passaram e, a cada dia, esmaecem as esperanças de um choque de gestão no setor para por fim, o mais rápido possível, os gemidos e as lágrimas que continuam a atormentar não só aqueles vitimados diretamente, mas a todas as pessoas que cultivam valores humanitários e que sabem o que está acontecendo.
Na condição de um dos diretores do Conselho Federal de Medicina não poderia deixar de me manifestar diante de uma situação como essa. Não apenas pelo cargo que exerço a nível nacional, como pelo médico que sou, filho desta terra, com compromissos inarredáveis com o bem estar de seu povo.
Ao assumir o governo no primeiro dia de janeiro deste ano, Confúcio Moura sabia da herança maldita no setor de saúde que receberia de outros governadores que por aqui passaram. Há décadas que o fantasma do descaso marca ponto naquela secretaria. Sabia que medidas de impacto seriam necessárias para atenuar a situação nos primeiros dias de seu mandato. E até que ele tentou. Foi a Brasília pedir o socorro que não veio. Aliás, mesmo que viesse não seria eficaz porque se os hospitais ditos de campanha fossem para todos os estados do Brasil na situação do nosso estariam em literalmente em todos. Rondônia ganhou mídia nacional, mais uma vez, pelo seu lado negativo. O tiro saiu pelo culatra. Manchou nossa imagem, e nada, absolutamente nada, trouxe de resolutivo.
Enquanto se perdia tempo com esse tipo de coisa, um secretário atordoado e atormentado por ingerências e futricas patinava numa maionese sem apoio das ditas “forças políticas”. Nem completou seis meses na pasta e foi logo decapitado. Em meio a reuniões intermináveis sem resultados práticos e conspirações de quem queria o seu cargo. Os interesses maiores e urgentes cederam espaço a pressões de disputa de poder. Enquanto isso, o povo continuava e continua gemendo e até morrendo.
A problema da saúde em nosso Estado não se restringe às centenas de pacientes que aguardam cirurgias ortopédicas, a maioria deles em condições desumanas, no João Paulo II. Há os cancerosos, os cardíacos; enfim, gente acometida de graves enfermidades, principalmente as que necessitam de tratamento cirúrgico, aguardando, aguardando, aguardando... Até quando?!
Com o objetivo de resolver a grave deficiência das cirurgias ortopédicas, resolveram (quem resolveu isso?) desprestigiar os profissionais e as empresas prestadoras de serviços de saúde locais e ir buscar solução muito longe daqui. Segundo se sabe, sem que os trâmites legais fossem cumpridos para tal contratação. Médicos de fora, segundo alegam, vêm realizar 250 cirurgias ortopédicas por mês no Hospital de Base Ary Pinheiro. E o pós-operatório, ou seja, o seguimento desses pacientes após o tratamento cirúrgico, quem vai assumir? Esses médicos não residirão aqui. Vêm, fazem as cirurgias em escala industrial, e se vão. Quando se sabe que o pós-operatório da maioria das cirurgias ortopédicas é laborioso e demorado (algumas passam de um ano) e que, em nome do melhor resultado, é de fundamental importância que o mesmo médico que opere é o que faça esse acompanhamento. Quem assistirá esses pacientes? Os ortopedistas do contratados pelo Estado, pelo que se sabe, não o farão.
O Sindicato Médico (Simero), que tem se mostrado atuante, em comunicado recente à imprensa fez graves denúncias quanto a essa contratação intempestiva e ilegal que alijou, sumariamente, os especialistas locais. Por que, reitero, essa preferência por empresas e profissionais de outros estados? O Simero tem toda a razão quando se manifesta com veemência nessas questões que comprometem interesse da classe que representam. O Simero denuncia, periodicamente, uma série de ações da governo do Estado que causarão mais problemas do que soluções, como, por exemplo, pagamento diferenciado por especialidade, etc.
Penso que já é mais do que na hora de aparecerem resultados. Decididamente a população já não suporta a dor que a acomete de modo crônico. Faz-se preciso que o governador Confúcio Moura tome medidas resolutivas a curto, médio e longo prazos que, observando os critérios de prioridade façam acontecer o que se espera há décadas; ou seja, que no âmbito do serviços públicos de saúde todos sejam atendidos como gente.
Aproveito a oportunidade para assegurar ao governador Confúcio Moura, em meu nome e do Conselho Federal de Medicina, que estamos disposto a apoiá-lo em tudo que for da nossa competência fazê-lo no que tange as suas pertinentes e lídimas ações para reverter, com a urgência possível, esse quadro dantesco que aí está no setor de saúde.




Hiran Gallo

10 de junho de 2011

O PRAZER DE COLECIONAR





Um dos meus hobys é colecionar, coleciono; galos em miniatura, carrinhos em miniatura, canetas, quadros, essa paixão começou a 30 anos atrás, é prazeroso e gratificante. Alguns deles foram presentes de amigos e adquiridos em viagens.






Este é um dos mais originais da minha coleção




Esta é uma das peças mais bonitas, ganhei de uma paciente, SRA. KAREN SONOLA, ela trouxe de uma viagem que fez a Argentina





Uma das peças mais caras da coleção, uma das minhas favoritas, adquiri em uma feira de antiguidade em Portugal, se você observar ele está com uma das asas quebradas consequência da viagem para o Brasil





Este é em bronze, ganhei de uma amiga muito especial, Cristina Caldas, esposa do meu amigo irmão Nelson Caldas













Este maior é muito especial pertenceu ao meu filho Hiranzinho, quando criança, tem mais de 20 anos.

























MITO DO GALO DE BARCELOS





Barcelos é uma cidade situada na região do Minho, ao norte de Portugal, repleta de monumentos, sendo o maior deles um simples galinho. O Galinho de Barcelos se tornou um símbolo de felicidade, honestidade, integridade, confiança e honra. É presença marcante nas festas tradicionais e nas vitrines portuguesas, sendo oferecido aos turistas como o souvenir mais popular de Portugal.

A curiosa lenda do galo data do século XVI. Segundo ela, os habitantes da região estavam alarmados com um crime cometido ali e que ficara sem explicação. Portanto, o criminoso era desconhecido. Certo dia surgiu um suspeito que foi preso pelas autoridades locais. O pobre homem jurava inocência e dizia estar peregrinando a San Tiago de Compostela para cumprir uma promessa, mas não convenceu e foi condenado à forca. Antes da execução, o homem pediu que o levassem à presença do juiz. Na casa do magistrado estava acontecendo uma grande festa, com muitos convidados, e diante de tantas pessoas reafirmou sua inocência e apontou para um galo assado que estava sobre a mesa exclamando:

- "É tão certo eu ser inocente, como é certo este galo cantar quando me enforcarem".

Diante de tal situação, ninguém comeu o galo assado e o que parecia impossível, tornou-se realidade, pois no momento do enforcamento, o galo levantou-se e cantou. O juiz correu até o local da forca e livrou o pobre inocente da morte. Alguns anos se passaram e o homem retornou a Barcelos e ergueu o monumento do Galo de Barcelos em louvor a San Tiago e Nossa Senhora.

Os moradores da cidade perpetuam a história modelando galinhos de barro, simples e coloridos.

6 de junho de 2011

VERGONHOSO



É lamentável o que esta sendo divulgado sobre o ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, (sem vergonha), que agora se recusa a dizer como multiplicou, em quatro anos, seu patrimônio por vinte. Rapidamente a presiência reuniu seus melhores estrategistas para blindar o ministro e muniu os petistas de argumentos de defesa (os sem vergonhas). É meus amigos este é o nosso amado Brasil, vergonhoso.


























Entre a mudança e o bom voto




Tão perto, tão longe. Incrível como as qualidades da gestão multiplica a distância entre diferentes pontos. Essa é a percepção clara de um rondoniense que visita o Acre. Os quilômetros que separam os dois estados parecem aumentar diante das soluções encontradas pelo nosso vizinho para resolver os problemas tão conhecidos de nossa população.

Há tempos os rondonienses são constrangidos pelo descaso de seus gestores. Tamanha indiferença fez com que a capital de Rondônia se tornasse um cartão postal vergonhoso. Hoje, Porto Velho exibe as marcas do abandono. A cidade, que deveria ser exemplo para o estado, se apresenta feia, suja, sem calçadas, sem asfalto, com lixo e esgotos a céu aberto, lama e poeira misturadas, obras inacabadas e um trânsito caótico. O retrato do caos.

Em contraposição, Rio Branco – a capital acreana – exibe sua boa forma. Totalmente repaginada, é uma cidade limpa e aprazível. Tem ares de casa bem cuidada, daquelas em que o dono está sempre atento e preparado para agir e fazer os reparos necessários. O zelo é sinal de compromisso de seus gestores: o prefeito Raimundo Angelin e os irmãos Tião e Jorge Viana, que fazem bela dupla a serviço do povo (o primeiro, como governador; o segundo, representando o Estado no Senado Federal).

Mas não é só no urbanismo que o trabalho desses gestores funciona como modelo para os nossos. Eles fazem história também no que se refere à assistência em saúde. Uma prova recente aconteceu durante o Encontro de Conselhos Regionais de Medicina do Norte e Centro-Oeste, realizado em Rio Branco, quando não pudemos conter a emoção diante dos êxitos apresentados. Como apaixonados que somos pela Amazônia, as conquistas do Acre são nossas também e um estímulo para atingirmos o mesmo patamar.

Impossível não vibrar durante visita às unidades de Saúde do Estado que, segundo palavras do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, devem servir de exemplo para todo o país. Confesso que, como morador de Rondônia, fiquei com uma pontinha de inveja dos nossos vizinhos e irmãos acreanos, que usufruem de uma rede de Saúde Pública que disputa espaço e concorre com a rede particular. Inveja santa, quero sublinhar.

Instalações físicas da melhor qualidade, ambientes climatizados e limpos, serviços próprios – e não terceirizados – de hemodiálise e um serviço de oncologia com aparelho exclusivo de tomografia computadorizada. Tudo público. Tudo para o povo. Minha declarada inveja se multiplicou quando soube que dentro de 90 dias serão realizados transplantes de fígado no Estado do Acre.

O conjunto da obra exige rendição: é preciso reconhecer e elogiar o importante papel dos irmãos Jorge e Tião Viana, meninos criados nas ruas de Rio Branco, nesse processo. Tião, um colega médico, assinala em cada gesto seu compromisso com o Acre. Sem pestanejar, considero-o, hoje, o melhor e mais bem preparado gestor público de nosso país. E atenção: estamos apenas no início de sua gestão. Recomendo voltarmos nossos olhos para aquele estado e acompanhar as novidades e esforços que virão.

Quanto a nós, aqui de Rondônia, infelizmente, até o momento, somos confrontados com duas alternativas: ou mudamos para o Acre ou aprendemos a votar. Diante do meu compromisso com nossa população e nossa história, recomendo fortemente que adotemos o segundo caminho. Devemos descobrir o valor do bom voto, dado aos homens e mulheres sérios e comprometidos, que colocam o bem público e coletivo acima de mesquinhos interesses privados e pessoais.

Médicos do Norte e Centro Oeste participam de encontro no Acre



O Encontro Norte e Centro Oeste dos Conselhos Regionais de Medicina começou na manhã desta quinta-feira, 26, com a participação do presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Roberto d’Ávila, do governador do Acre, Tião Viana, da presidente do CRM-AC, Dilza Ribeiro, além de representantes de vários estados.

Na abertura do Encontro, o governador Tião Viana proferiu palestra com o tema: “Regiões desiguais precisam de cuidados especiais”. Ele destacou a importância do encontro para melhorar a qualidade de vida da população, enumerando as dificuldades enfrentadas por gestores públicos em várias regiões.

“Fazer saúde pública no Brasil é um grande desafio. Esse encontro tem uma importância especial, pois aqui podemos conhecer melhor a realidade de cada região e buscar alternativas para melhorar a saúde pública. A vinda do ministro Alexandre Padilha mostra a preocupação da nossa presidente Dilma com o profissional médico e com nossa população”, afirmou.

O presidente do CFM, Roberto d’Ávila, disse que o encontro, que reúne representantes de vários estados, para discutir temas importantes para melhorar a qualidade da saúde pública, é um momento importante de reafirmação do desejo dos profissionais médicos de atuarem sempre pelo bem da população.

“Não consigo entender como podemos ter tanta diversidade em um país como o Brasil. Precisamos diminuir as diferenças. Esse encontro é uma oportunidade para que possamos buscar alternativas para mudar essa realidade. Agradeço o empenho e a dedicação da Dilza Ribeiro para que pudéssemos nos reunir e discutir temas importantes”, afirmou.

A presidente do CRM-AC, Dilza Ribeiro, lembrou que uma das funções dos Conselhos de Medicina é a manutenção da qualidade de vida da população, por meio da fiscalização do exercício profissional do médico.
“A saúde e a qualidade de vida, enquanto condições básicas e prioritárias para sua sustentabilidade necessitam de uma atenção diferente e reforçada. Esse encontro é uma grande oportunidade para que possamos reafirmar nosso compromisso com uma saúde de qualidade para todos”, assegurou.

Participaram ainda da abertura do presidente da Federação Nacional dos Médicos (Fenam), Cid Carvalhães, o prefeito de Rio Branco, Raimundo Angelim, além de presidentes dos Conselhos do Pará, Amapá, Mato Grosso, Amazonas, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Rondônia e Tocantis.
Fonte: CRM-AC