Prezado(a)s
Recentemente tivemos uma discussão em Plenária sobre "necrópsia"ou "necropsia"
Lembrei-me de um alerta do colega Simonides de que necropsia vem do grego e fala-se igual a "filosofia" e não como palavras de origem latina onde se fala "tipóia"
Entretanto, para não ficarmos no limbo, pedi ajuda a ele, o que segue abaixo
Simonides é, ou era, Conselheiro do DF, é um cirurgião pediatra e, sem dúvida, um dos maiores conhecedores do vernáculo que temos. Participou ativamente na avaliação do texto do nosso Código de Ética
Dileto Edevard
Nas edições, que são oficiais (lei 5.765) do Vocabulário Ortográfica da Acad Bras de Letras anteriores a 2009, só havia registro de necropsia sem o acento. Mas a última edição após a reforma ortográfica dá as duas formas necropsia e necrópsia. Assim, ambas são oficialmente utilizáveis e com apoio legal.
Os dicionários mais usados como o Aurélio e o Houaiss ainda trazem somente as grafia necropsia sem acento, mas nas próximas edições isso pode mudar.
Aconselho a usar necropsia sem o acento por ser a forma erudita e mais apropriada para documentos. A palavra procede de cultismos formados sobretudo a partir do século XIX e como tem base do grego, deve ser necropsia, pois nesse idioma as terminações em -ia são tônicas, como em geografia, filosofia, etiologia, anatomia e outras. Isso está assinalado no Houaiss (2009).
Necrópsia está então mal acentuada nesse contexto, influência do latim, idioma científico antigamente usado sistematicamente em textos científicos. Nessa língua, a terminação -ia é átona, como em gloria, Italia, dai, necrópsia.
Mas a forma histórica e culta é necropsia, que aparece em publicações a partir de 1858 (Houaiss, 2009; A. Cunha, dic, etimol., 1999).
Aprendi essa pronúncia (necropsia) com o professor Élcio Mizziara, de Medicina Legal, da UnB em suas aulas sobre ética médica pelo CRM-DF. É irmão do Fernando Mizziara atual conselheiro federal suplente pelo DF.
Infelizmente temos que considerar a dança das normas, muitas vezes por força do uso popular. Tive de modificar o que escrevi antes:
necropsia – necrópsia. Ambas as grafias estão registradas oficialmente no VOLP (Academia, 2009) e ambas aparecem na literatura médica. Necropsia é o nome erudito ) e a única forma registrada em dicionários qualificados como o Houaiss, o Aurélio, o Michaelis, o Larousse, o Aulete e muitos outros, incluindo-se dicionários de termos médicos como o de Paciornik e o de Fortes & Pacheco. O dicionário médico de L. Rey (2003) dá apenas necrópsia. Equivalentes: necroscopia, exame necroscópico. Pedro Pinto dá apenas necropse. Tanatoscopia é termo precioso. A existência de autópsia e autopsia em registro no VOLP (Academia, 1999), ao lado do espalhado uso de necrópsia, particularmente na linguagem médica, pode ser estímulo para que essa forma venha a ser dicionarizada. No Manual de Redação da Folha de São Paulo (2001) registra-se em letras vermelhas que “É errado escrever “necrópsia” .
Simônides
Edevard J de Araujo
Recentemente tivemos uma discussão em Plenária sobre "necrópsia"ou "necropsia"
Lembrei-me de um alerta do colega Simonides de que necropsia vem do grego e fala-se igual a "filosofia" e não como palavras de origem latina onde se fala "tipóia"
Entretanto, para não ficarmos no limbo, pedi ajuda a ele, o que segue abaixo
Simonides é, ou era, Conselheiro do DF, é um cirurgião pediatra e, sem dúvida, um dos maiores conhecedores do vernáculo que temos. Participou ativamente na avaliação do texto do nosso Código de Ética
Dileto Edevard
Nas edições, que são oficiais (lei 5.765) do Vocabulário Ortográfica da Acad Bras de Letras anteriores a 2009, só havia registro de necropsia sem o acento. Mas a última edição após a reforma ortográfica dá as duas formas necropsia e necrópsia. Assim, ambas são oficialmente utilizáveis e com apoio legal.
Os dicionários mais usados como o Aurélio e o Houaiss ainda trazem somente as grafia necropsia sem acento, mas nas próximas edições isso pode mudar.
Aconselho a usar necropsia sem o acento por ser a forma erudita e mais apropriada para documentos. A palavra procede de cultismos formados sobretudo a partir do século XIX e como tem base do grego, deve ser necropsia, pois nesse idioma as terminações em -ia são tônicas, como em geografia, filosofia, etiologia, anatomia e outras. Isso está assinalado no Houaiss (2009).
Necrópsia está então mal acentuada nesse contexto, influência do latim, idioma científico antigamente usado sistematicamente em textos científicos. Nessa língua, a terminação -ia é átona, como em gloria, Italia, dai, necrópsia.
Mas a forma histórica e culta é necropsia, que aparece em publicações a partir de 1858 (Houaiss, 2009; A. Cunha, dic, etimol., 1999).
Aprendi essa pronúncia (necropsia) com o professor Élcio Mizziara, de Medicina Legal, da UnB em suas aulas sobre ética médica pelo CRM-DF. É irmão do Fernando Mizziara atual conselheiro federal suplente pelo DF.
Infelizmente temos que considerar a dança das normas, muitas vezes por força do uso popular. Tive de modificar o que escrevi antes:
necropsia – necrópsia. Ambas as grafias estão registradas oficialmente no VOLP (Academia, 2009) e ambas aparecem na literatura médica. Necropsia é o nome erudito ) e a única forma registrada em dicionários qualificados como o Houaiss, o Aurélio, o Michaelis, o Larousse, o Aulete e muitos outros, incluindo-se dicionários de termos médicos como o de Paciornik e o de Fortes & Pacheco. O dicionário médico de L. Rey (2003) dá apenas necrópsia. Equivalentes: necroscopia, exame necroscópico. Pedro Pinto dá apenas necropse. Tanatoscopia é termo precioso. A existência de autópsia e autopsia em registro no VOLP (Academia, 1999), ao lado do espalhado uso de necrópsia, particularmente na linguagem médica, pode ser estímulo para que essa forma venha a ser dicionarizada. No Manual de Redação da Folha de São Paulo (2001) registra-se em letras vermelhas que “É errado escrever “necrópsia” .
Simônides
Edevard J de Araujo
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.