Resumo; O presente trabalho pretende analisar vários aspectos da Gravidez na Adolescência relacionados a idade das mesmas que varia dos 10 aos 19 anos segundo a Organização Mundial de Saúde. A pesquisa aqui empreendida procura dimensionar as conseqüências da idade das adolescentes grávidas com vários fatores que vão dos riscos intrínsecos ao nascimento, aspectos sociais e comportamentais, considerando as diferenças físcas e emocionais entre uma menina de 10 anos e uma quase adulta com 19 anos. Com o objetivo de analisar a idade materna como determinante e risco nas adolescentes que engravidaram, foi desenhada uma pesquisa a partir de questionário semi-estruturado, aplicado a 422 gestantes na faixa etária de 10 a 19 anos já completos, que tiveram filhos no Centro Obstétrico do Hospital de Base de Porto Velho, Rondônia, nos anos de 2006 e 2007.
Palavras-chave: Adolescência. Gravidez. Idade. Risco.
Aprovação CEP Universidade Federal de Rondônia nº 4432.0.000.047-08
Gravidez na Adolescência: a idade materna, consequências e repercussões.
Jose Hiran da Silva Gallo
A gravidez na adolescência é, a partir dos anos 70, classificada gestação de alto risco pela Organização Mundial de Saúde 1. O mesmo conceito é adotado pelo Ministério da Saúde que caracteriza a gravidez na adolescência como quadro de gravidade e risco, que faz com que seja definida como situação de alto risco, dada a natureza clínica, biológica e comportamental do evento e as repercussões sobre a mãe e o concepto 2.
Ao engravidar, a adolescente poderá apresentar problemas de crescimento e desenvolvimento, distúrbios emocionais e comportamentais, educacionais e de aprendizado, além de complicações na gravidez e problemas inerentes ao parto 3.
Existem relatos de que complicações obstétricas ocorrem em maior proporção nas adolescentes, principalmente nas de faixa etária mais baixa. Há constatações que vão desde anemia, ganho de peso insuficiente, hipertensão, infecção urinária, DST, desproporção céfalo-pélvica, até complicações puerperais 4,5,6,7,8. Porém, é preciso frisar que esses achados se relacionam também ao cuidado pré-natal, pois desde que haja adequado acompanhamento nessa fase, se verifica menor risco de complicações obstétricas na comparação entre adolescentes e mulheres adultas do mesmo nível socioeconômico 9,10,11.
A literatura é controversa quanto a prevalência de cesarianas nas gestantes adolescentes. Alguns trabalhos demonstram que as cesarianas incidem mais nesta faixa etária 12-14 enquanto outros trabalhos registram uma menor incidência de cesarianas nas adolescentes do que em outras faixas de idade 15,16. Trabalhos científicos demonstram características negativas mais desfavoráveis nas mães adolescentes de 13 a 17 anos do que naquelas com 18 e 19 anos 17,18.
Um estudo do New England Journal of Medicine (NEJM), de 1995, demonstra uma associação entre precocidade na idade materna com riscos reprodutivos e estes riscos superam todos os demais fatores sociais e demográficos 19, diferente, portanto, dos resultados encontrados pelos pesquisadores de Campinas (São Paulo) que concluíram que os principais fatores de risco se relacionam à condições sociais e econômicas desfavoráveis 20. Deve-se ter em conta, entretanto, a diferença nas realidades socioeconômicas entre esses dois estudos, que, provavelmente, influenciam seus resultados.
Além da diferença relacionada ao contexto social e cultural deve-se ter em conta a própria questão da definição etária já que para a Organização Mundial de Saúde (OMS) a juventude seria o período compreendido entre 15 e 25 anos, sendo que a adolescência corresponderia à faixa de 10 a 19 anos 1.
No entanto, este parâmetro deveria ser reconsiderado, haja vista que existe um notável gradiente físico e emocional entre uma menina com 10 anos de idade e outra com 19 anos de idade. Essa observação encontra amparo no âmbito no âmbito da legislação interna, no artigo 2o do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) que restringe um pouco mais esse intervalo, definindo para os fins legais, que criança é a pessoa até doze anos de idade incompletos e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade 21.
Independentemente da individualização da idade ou da caracterização da faixa etária, a adolescência seria definida por mudanças físicas, mentais e emocionais, as quais implicariam em vulnerabilidade individual e social. Foi, exatamente, no intuito de levantar e refletir sobre tais mudanças que se empreendeu a pesquisa que originou o presente artigo.
Objetivos
O objetivo geral do estudo que propiciou do presente trabalho foi analisar a ocorrência dos vários eventos simultâneos à gravidez em adolescentes na cidade de Porto Velho, Rondônia, A partir deste, os objetivos específicos foram estudar as diferenças e heterogeneidade de acordo com a idade das gestantes por ocasião do nascimento dos bebês e, assim, contribuir para uma reflexão sobre a emblemática questão da gravidez na adolescência e suas consequências e repercussões na esfera individual, familiar e social.
Método
A pesquisa se dividiu em dois momentos. No primeiro, foi realizado um estudo transversal, documental, em uma unidade pública da cidade de Porto Velho, capital do Estado de Rondônia: o Hospital de Base Ary Tupinambá Pena Pinheiro, conhecido como Hospital de Base. Esse hospital é referência para o atendimento terciário, não somente para a capital, mas para todo o Estado.
Foi realizado um levantamento em todos os prontuários médicos relacionando os nascimentos ocorridos durante os anos de 2006 e 2007 e, destes, coletados dados sumários sobre as gestantes, tais como identificação, idade, endereço, tipo de parto, dados da história obstétrica e dados relacionados ao procedimento realizado.
A fim de verificar as convergências e divergências entre os dados anotados nos prontuários e aqueles que poderiam surgir das próprias gestantes, no segundo momento da pesquisa foi realizada uma coleta dos dados, feita a partir de instrumento padronizado e pré-codificado elaborado especificamente para este fim. Esse questionário, contendo 76 perguntas, foi dividido em três partes: a primeira, com 29 perguntas, relacionava os dados sociais e demográficos das gestantes; a segunda, com 27, levantava a história reprodutiva; e a terceira parte, com 20 perguntas, inquiria quanto a experiência do nascimento propriamente dito. As perguntas do questionário foram dirigidas a todas as gestantes listadas no levantamento inicial feito nos prontuários do Centro Obstétrico. Essas mulheres foram procuradas e entrevistadas em suas residências, mediante os endereços coletados na etapa inicial.
O projeto foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade Federal de Rondônia, tal como exigem as Normas e Diretrizes Éticas para Pesquisa Envolvendo Seres Humanos.
Coleta e processamento dos dados obtidos
A amostra foi constituída por todas as parturientes (n = 4.710) atendidas no Centro Obstétrico do Hospital de Base nos anos de 2006 e 2007. Foram excluídas as mulheres cujas residências se situavam na zona rural – de difícil acesso – e em outros municípios do Estado, que constituíam aproximadamente 20% do total. As entrevistas foram realizadas por equipe composta por profissionais da área da saúde, agentes de saúde, que se deslocaram à residência das entrevistadas. Todos os pesquisadores foram previamente treinados e supervisionados pelo pesquisador responsável, autor do artigo. Quando as mulheres não eram encontradas no endereço especificado no prontuário ou o próprio endereço não existia – situação bastante frequente - eram excluídas, de tal forma que foram excluídas, de forma aleatória, 3449 mulheres, o que corresponde a 73,2% da amostra total. Do total de 1261 mulheres encontradas nos seus endereços, 422 tinham idade inferior a 19 anos.
Todos os questionários foram revisados e os dados armazenados no Statistical Package for the Social Sciences (SPSS 15.D). As dúvidas surgidas foram ratificadas por telefone ou com retorno à moradia de cada entrevistada. Os dados foram coletados após a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
Resultados e discussão
A Tabela 1 demonstra o número absoluto de nascimentos ocorridos nos anos de 2006 e 2007, de acordo com a faixa etária das parturientes. Chama a atenção é que aproximadamente 1 em cada 3 gestantes estão na faixa etária que as classifica como adolescentes.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) registra percentuais diferentes nos vários estados da Federação, sendo que o percentual de nascidos vivos em mulheres com menos de 20 anos é 21,6% para todo o Brasil, ou seja 1 em cada 5 gestantes 22. Percentuais variáveis ocorrem entre as regiões do país, sendo de 15,8% no Distrito Federal, 16,9% no estado de São Paulo e de 30,2% no Maranhão e 29,9% no Pará. Vale comentar que nos países industrializados, de 1970 a 2000, registrou-se aumento na taxa de nascimentos entre mulheres com 35 anos ou mais, nos Estados Unidos (EUA) esse percentual aumentou de 5 para 13% de todos os partos, o que caracteriza uma tendência que parece se reproduzir também no Brasil onde o percentual de nascimentos nas mulheres nesta faixa etária passou de 7,95% em 1996 para 9,55% em 2006 23. Parece haver uma correlação inversa nesses casos com o aumento das taxas de natalidade em mulheres nas faixas etárias mais avançadas ocasiona um aparente declínio nas taxas de gravidez em adolescentes. O novo papel da mulher nas sociedades modernas faz que as mesmas tenham seus filhos mais tardiamente.
Tabela 1 - Distribuição das gestantes que tiveram filhos no Centro Obstétrico do Hospital de Base de Porto Velho em 2006 e 2007 de acordo com faixa etária (n = 4.710)
Faixa Etária no Percentual
Até 19 anos 1.354 28,7%
20 até 35 anos 3.136 66,6%
Mais de 35 anos 214 4,5%
Sem registro 6 0,1%
Total 4.710 100%
Fonte: SAME/Hospital de Base
O registro da via de parto das gestantes que tiveram filhos no Centro Obstétrico do Hospital de Base nos anos de 2006 e 2007. Do total de 422 adolescentes, 206 (48,8%) tiveram filhos por via vaginal e 216 (51,2%) por meio de cesariana. Vale ressaltar que o Hospital de Base passou a ser referência para gestações de alto risco a partir de junho de 2006, quando foi inaugurada a Maternidade Municipal. Observa-se que o índice de cesarianas não apresenta diferença estatisticamente significante (p < 0,5) entre as entre as faixas etárias pesquisadas, sejam gestantes adultas, sejam adolescentes.
A Tabela 2 relaciona a idade das gestantes à freqüência às consultas do pré-natal. Verifica-se que a adesão ao Programa de Atenção Básica de Saúde da Mulher tem índices globais de 83,4% o que é bastante significativo se somados ao percentual de 11,3% de adolescentes grávidas que fizeram 3 consultas durante a assistência pré-natal.
Tabela 2 – Idade das adolescentes grávidas atendidas no Centro Obstétrico do Hospital de Base nos anos de 2006 e 2007 e número de consultas ao pré-natal. (n = 422)
Idade/
anos Realização do pré—natal Total
Não fez PN 1 ou 2 consultas 3 consultas PN completo
N % N % N % N % N %
13 0 0,0 0 0,0 2 20,0 8 80,0 10 100,0
14 2 11,8 0 0,0 0 0,0 15 88,2 17 100,0
15 2 46,5 1 2,3 9 20,9 31 72,0 43 100,0
16 3 4,8 2 3,2 6 10,0 52 82,5 63 100,0
17 0 0,0 5 5,9 10 11,9 69 82,1 84 100,0
18 3 3,0 2 2,0 10 10,0 83 84,7 98 100,0
19 2 1,87 1 1,0 10 9,3 94 87,8 107 100,0
Total 12 2,84 11 2,6 47 11,3 352 83,4 422 100,0
Fonte: SAME/Hospital de Base
O número de gestantes adolescentes com gestações anteriores apresenta aumento progressivo em conformidade com a idade das parturientes. Vale ressaltar que entre as 39 parturientes com 15 anos de idade, 4 delas já estavam na segunda gestação. No outro extremo, das 69 parturientes com 19 anos de idade, um total de 38 já tinham experimentado uma gravidez anterior e 3 meninas já estavam na quarta gestação.
A Tabela 3 registra a idade das pacientes e a via de nascimento dos bebês. Observa-se que há uma inversão no percentual de procedimentos realizados nas parturientes com 13 e 14 anos de idade. A partir dos 15 anos de idade o número de partos normais e cesarianas segue uma proporção equitativa. (x2= 6,548 – p = 0,365). O teste de Pearson ficou prejudicado em função dos valores extremos registrados para as meninas mais jovens.
Tabela 3 - Idade das adolescentes e via de nascimento registrada no Centro Obstétrico do Hospital de Base nos anos de 2006 e 2007 (n = 422) (x2 = 6,548 – p = 0,365).
Idade/anos Via de parto Total
Vaginal Cesariana
N % N % N %
13 3 30,0 7 70,0 10 100,0
14 12 70,6 5 29,4 17 100,0
15 23 53,5 20 46,5 43 100,0
16 33 52,4 30 47,6 63 100,0
17 42 50,0 42 50,0 84 100,0
18 46 46,9 52 53,1 98 100,0
19 47 43,9 60 46,1 107 100,0
Total 206 48,8 206 216 51,2 422
Fonte: SAME/Hospital de Base
Ao analisar a relação entre a idade das adolescentes e a ocorrência de óbito fetal em decorrência do nascimento Centro Obstétrico do Hospital de Base nos anos de 2006 e 2007 (x2 = 5,556 – p = 0,475), verifica-se que não há relação entre idade das gestantes e ocorrência de óbito fetal. Trabalhos científicos similares demonstram que não existem diferenças significativas na evolução da gestação e desempenho obstétrico entre as gestantes adolescentes precoces e tardias 25.
Sob outra ótica, quando se relaciona a idade das gestantes adolescentes atendidas no Centro Obstétrico do Hospital de Base nos anos de 2006 e 2007 e a situação conjugal dos pais da gestante adolescente (avós maternos), verifica-se que não há relação entre a situação conjugal dos avós maternos e a idade das meninas. Valores extremos podem ter prejudicado o teste de Pearson. (x2 = 7,445 – p = 0,282).
A Tabela 4 relaciona a idade das gestantes adolescentes atendidas no Centro Obstétrico do Hospital de Base nos anos de 2006 e 2007 e a utilização prévia de métodos anticoncepcionais. A literatura demonstra que a utilização de camisinha tem aumentado significativamente, tanto nas relações estáveis, como nas relações casuais, em quase todos os segmentos 26. Verifica-se que muitas adolescentes (47,6%) nunca fizeram uso de nenhum método anticoncepcional, em especial as mais jovens. Esta é uma indicação de que os Programas de Saúde devem intensificar ações neste sentido, em especial com a intensificação de campanhas e com a regularização do fornecimento da pílula do dia seguinte cujo fornecimento para as usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS) deve ser facilitado e desburocratizado. É uma queixa freqüente das meninas que nunca encontram a pílula do dia seguinte nos postos de saúde. Esta recomendação corrobora sugestão do Fórum 2005 sobre Adolescência e contracepção de emergência 27.
Tabela 4 - Idade das gestantes adolescentes atendidas no Centro Obstétrico do Hospital de Base nos anos de 2006 e 2007 (n = 422) e a utilização prévia de métodos anticoncepcionais. (x2 = 39,818 – p = 0,108).
Idade/ anos Utilização de Métodos Anticoncepcionais Total
Nunca utilizou Tabelinha Uso regular da camisinha Uso irregular da camisinha Pílula DIU
N % N % N % N % N % N % N %
13 7 70,0 0 0,0 1 10,0 1 10,0 1 10,0 0 0,0 10 100,0
14 13 76,5 0 0,0 0 0,0 1 5,9 3 17,6 0 0,0 17 100,0
15 23 53,5 0 0,0 3 7,0 7 16,3 9 20,9 1 2,3 43 100,0
16 34 54,0 1 1,6 3 4,8 12 19,0 13 20,6 0 0,0 63 100,0
17 40 47,6 1 1,2 8 9,5 15 17,9 20 23,8 0 0,0 84 100,0
18 43 43,9 0 0,0 6 6,1 14 14,3 34 34,7 1 1,0 98 100,0
19 41 38,3 0 0,0 8 7,5 8 7,5 49 45,8 1 0,9 107 100,0
Total 201 47,6 2 0,5 29 6,9 59 14,0 129 30,5 2 0,5 422 100,0
Fonte: SAME/Hospital de Base
Ao relacionar a idade das grávidas adolescentes atendidas no Centro Obstétrico do Hospital de Base nos anos de 2006 e 2007 com a idade do pai dos bebês. Verifica-se que, com exceção das meninas com 16 anos de idade, todos os grupos com a mesma idade permanecem, em aproximadamente 60% dos casos, com o mesmo parceiro, que é também o pai da criança.
Quanto às características da primeira relação sexual e a idade das adolescentes grávidas atendidas no Centro Obstétrico do Hospital de Base nos anos de 2006 e 2007. Verifica-se que, na absoluta maioria dos casos (96%) houve consentimento por parte das meninas para a efetivação da primeira relação sexual, 15 (3,5%) meninas declararam que a primeira relação sexual foi forçada e 2 (0,5%) adolescentes declararam ter sido estupradas.
A Tabela 5 registra a idade das gestantes adolescentes atendidas no Centro Obstétrico do Hospital de Base nos anos de 2006 e 2007 em relação ao planejamento da gravidez. De uma forma geral, se pode concluir que, com exceção das meninas com 15 anos de idade, a gravidez não teve planejamento nos demais grupos etários. (x2 = 7,152 – p = 0,307).
Tabela 5 – Idade das grávidas adolescentes atendidas no Centro Obstétrico do Hospital de Base nos anos de 2006 e 2007 (n = 422 e planejamento da gravidez)
Idade/ anos Planejamento da Gravidez Total
SIM NÃO
N % N % N %
13 3 30,0 7 70,0 10 100,0
14 0 100 17 0,0 17 100,0
15 9 70,0 34 30,0 43 100,0
16 15 23,8 48 76,3 63 100,0
17 18 21,4 66 78,6 84 100,0
18 22 22,9 76 77,1 98 100,0
19 30 28,0 77 72,0 107 100,0
Total 97 23,0 325 77,0 422 100,0
Fonte: SAME/Hospital de Base
Quando se analisa a idade das adolescentes grávidas atendidas no Centro Obstétrico do Hospital de Base nos anos de 2006 e 2007 e o desejo pela gravidez. Verifica-se que existe uma associação estatística entre o desejo pela gravidez entre as meninas de todas as idades. Do total de 422 adolescentes, 290 (68,7%) declararam que a gravidez foi planejada e 132 (31,2%) declararam não ter planejado a gravidez. (x2 = 17, 393 – p = 0,008)
Quando se relaciona a idade das grávidas adolescentes atendidas no Centro Obstétrico do Hospital de Base nos anos de 2006 e 2007 e a situação do relacionamento com os familiares após a gravidez. De modo geral, 88,9% das meninas responderam que não mudou o relacionamento com os familiares e 11,1% relataram algum tipo de rejeição ou problema no relacionamento com os próprios pais, o que reforça o argumento de que a gestação na adolescência nem sempre é percebida como um problema 28. (x2 = 5,702 – p = 0,457)
Verificou-se também que, no geral, em 1/3 dos casos as despesas são arcadas pelos avós maternos, em outro 1/3 dos casos pelo próprio pai do bebê e em outro 1/3 dos casos por ambas as partes. Normalmente quando a adolescente declara ter renda própria, esta se refere à proventos provenientes de pensão alimentícia. (x2 = 18,887 – p = 0,399)
A literatura refere que a família constitui fonte de apoio material dos jovens pais e mães, independentemente do segmento social e da situação de moradia, há sempre uma ajuda importante no sustento dos jovens e seus filhos. As avós maternas estão sempre próximas aos netos e assumem responsabilidades no cuidar dos mesmos 29. O suporte familiar tem sido considerado o fator minimizador mais importante nas repercussões emocionais negativas na gravidez na adolescência 30.
A Tabela 6 demonstra que a absoluta maioria (96,0%) das adolescentes atendidas no Centro Obstétrico do Hospital de Base nos anos de 2006 e 2007 (n = 422) não engravidou novamente após o nascimento do bebê. Deve-se salientar que o questionário foi realizado durante os primeiros meses de 2009.
Tabela 6 - A idade das grávidas adolescentes atendidas no Centro Obstétrico do Hospital de Base nos anos de 2006 e 2007 (n = 422) e a ocorrência de nova gestação após o nascimento do bebê.
Idade/ anos Ocorrência de nova gestação Total
Não Sim, do mesmo parceiro Sim, de outro parceiro
N % N % N % N %
13 9 90,0 1 10,0 0 0,0 10 100,0
14 16 94,1 1 5,9 0 0,0 17 100,0
15 38 88,4 4 9,3 1 2,3 43 100,0
16 63 100,0 0 100,0 0 0,0 63 100,0
17 84 100,0 0 0,0 0 0,0 84 100,0
18 92 100,0 0 0,0 0 0,0 98 100,0
19 103 92,3 3 2,8 1 0,9 107 100,0
Total 405 96,0 15 3,5 2 0,5 422 100,0
Fonte: SAME/Hospital de Base
Considerações finais
A gravidez na adolescência é um fenômeno bastante complexo e está associado a uma multiplicidade de fatores sociais, familiares, econômicos, comportamentais, psicológicos, educacionais que proporcionam, na ampla maioria das vezes, ainda mais problemas e desvantagens para este grupo populacional vulnerável que nem são crianças e nem tampouco são mulheres adultas. Dependem de terceiros para a aquisição de elementos básicos e necessários para a sobrevivência do corpo e permanecem a mercê de estereótipos, fantasias, sonhos, que serão os instrumentos utilizados para modelar a identidade e a personalidade futuras do adulto em formação.
As enormes disparidades econômicas, sociais e culturais entre as classes no Brasil impõem modulações consideráveis no fenômeno da juventude e da gravidez na adolescência 31. Desejada ou não, planejada ou não, a gravidez em adolescentes ocorre em inúmeros cenários do qual fazem parte vários atores, acarreta desdobramentos que se arrastam por várias trajetórias e envolvem muitos destinos.
Muito embora sejam bastante significativas as características biológicas, físicas, comportamentais e psicológicas entre pessoas do sexo feminino cujas idades variam dos 10 aos 19 anos, todas as meninas enquadradas dentro desta faixa etária são classificadas como adolescentes.
Os dados do presente trabalho demonstram que não existem diferenças significativas em todos os aspectos abordados e a idade individualizada das meninas entrevistadas. Há uma uniformidade nas características pesquisadas em todos e em cada ano da vida das meninas mães cuja idade ascende dos 10 aos 19 anos.
Resumen
Título em espanhol
La edad materna como factor de riesgo en el embarazo en la adolescência. Este artículo analiza diversos aspectos del embarazo adolescente en relación con la edad que van de 10 a 19 años según la Organización Mundial de la Salud la investigación realizada aquí que busca aumentar las consecuencias de la edad de las adolescentes embarazadas con factores diversos que los riesgos inherentes al parto, los aspectos sociales y de comportamiento, teniendo en cuenta las diferencias fiscales y emocional entre una niña de 10 años y un adulto con casi 19 años. Con el fin de examinar la edad materna como factor de riesgo en los adolescentes que quedan embarazadas, se ha elaborado una encuesta de cuestionario semi-estructurado aplicado a 422 mujeres embarazadas de 10 a 19 ya realizada, que dieron a luz en la obstetricia el Hospital Base de Porto Velho, Rondônia, en los años 2006 y 2007.
Palabras-clave: Adolescencia. El embarazo. Edad. Riesgo.
Abstract
Título em inglês
Maternal age as a risk factor in teenage pregnancy
This paper discusses various aspects of adolescent pregnancy related to age ranging from 10 to 19 years according to World Health Organization research undertaken here seeks to scale the consequences of the age of pregnant adolescents with various factors that will inherent risks of birth, social and behavioral aspects, considering the fiscal and emotional differences between a girl of 10 years and an adult woman with nearly 19 years. In order to examine the maternal age as risk factor in adolescents who become pregnant, a survey was drawn from semi-structured questionnaire applied to 422 pregnant women aged 10 to 19 already completed, who had childbirth in the obstetric the Base Hospital of Porto Velho, Rondônia, in the years 2006 and 2007.
Key words: Adolescence. Pregnancy. Age. Risk
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Palavras-chave: Adolescência. Gravidez. Idade. Risco.
Aprovação CEP Universidade Federal de Rondônia nº 4432.0.000.047-08
Gravidez na Adolescência: a idade materna, consequências e repercussões.
Jose Hiran da Silva Gallo
A gravidez na adolescência é, a partir dos anos 70, classificada gestação de alto risco pela Organização Mundial de Saúde 1. O mesmo conceito é adotado pelo Ministério da Saúde que caracteriza a gravidez na adolescência como quadro de gravidade e risco, que faz com que seja definida como situação de alto risco, dada a natureza clínica, biológica e comportamental do evento e as repercussões sobre a mãe e o concepto 2.
Ao engravidar, a adolescente poderá apresentar problemas de crescimento e desenvolvimento, distúrbios emocionais e comportamentais, educacionais e de aprendizado, além de complicações na gravidez e problemas inerentes ao parto 3.
Existem relatos de que complicações obstétricas ocorrem em maior proporção nas adolescentes, principalmente nas de faixa etária mais baixa. Há constatações que vão desde anemia, ganho de peso insuficiente, hipertensão, infecção urinária, DST, desproporção céfalo-pélvica, até complicações puerperais 4,5,6,7,8. Porém, é preciso frisar que esses achados se relacionam também ao cuidado pré-natal, pois desde que haja adequado acompanhamento nessa fase, se verifica menor risco de complicações obstétricas na comparação entre adolescentes e mulheres adultas do mesmo nível socioeconômico 9,10,11.
A literatura é controversa quanto a prevalência de cesarianas nas gestantes adolescentes. Alguns trabalhos demonstram que as cesarianas incidem mais nesta faixa etária 12-14 enquanto outros trabalhos registram uma menor incidência de cesarianas nas adolescentes do que em outras faixas de idade 15,16. Trabalhos científicos demonstram características negativas mais desfavoráveis nas mães adolescentes de 13 a 17 anos do que naquelas com 18 e 19 anos 17,18.
Um estudo do New England Journal of Medicine (NEJM), de 1995, demonstra uma associação entre precocidade na idade materna com riscos reprodutivos e estes riscos superam todos os demais fatores sociais e demográficos 19, diferente, portanto, dos resultados encontrados pelos pesquisadores de Campinas (São Paulo) que concluíram que os principais fatores de risco se relacionam à condições sociais e econômicas desfavoráveis 20. Deve-se ter em conta, entretanto, a diferença nas realidades socioeconômicas entre esses dois estudos, que, provavelmente, influenciam seus resultados.
Além da diferença relacionada ao contexto social e cultural deve-se ter em conta a própria questão da definição etária já que para a Organização Mundial de Saúde (OMS) a juventude seria o período compreendido entre 15 e 25 anos, sendo que a adolescência corresponderia à faixa de 10 a 19 anos 1.
No entanto, este parâmetro deveria ser reconsiderado, haja vista que existe um notável gradiente físico e emocional entre uma menina com 10 anos de idade e outra com 19 anos de idade. Essa observação encontra amparo no âmbito no âmbito da legislação interna, no artigo 2o do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) que restringe um pouco mais esse intervalo, definindo para os fins legais, que criança é a pessoa até doze anos de idade incompletos e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade 21.
Independentemente da individualização da idade ou da caracterização da faixa etária, a adolescência seria definida por mudanças físicas, mentais e emocionais, as quais implicariam em vulnerabilidade individual e social. Foi, exatamente, no intuito de levantar e refletir sobre tais mudanças que se empreendeu a pesquisa que originou o presente artigo.
Objetivos
O objetivo geral do estudo que propiciou do presente trabalho foi analisar a ocorrência dos vários eventos simultâneos à gravidez em adolescentes na cidade de Porto Velho, Rondônia, A partir deste, os objetivos específicos foram estudar as diferenças e heterogeneidade de acordo com a idade das gestantes por ocasião do nascimento dos bebês e, assim, contribuir para uma reflexão sobre a emblemática questão da gravidez na adolescência e suas consequências e repercussões na esfera individual, familiar e social.
Método
A pesquisa se dividiu em dois momentos. No primeiro, foi realizado um estudo transversal, documental, em uma unidade pública da cidade de Porto Velho, capital do Estado de Rondônia: o Hospital de Base Ary Tupinambá Pena Pinheiro, conhecido como Hospital de Base. Esse hospital é referência para o atendimento terciário, não somente para a capital, mas para todo o Estado.
Foi realizado um levantamento em todos os prontuários médicos relacionando os nascimentos ocorridos durante os anos de 2006 e 2007 e, destes, coletados dados sumários sobre as gestantes, tais como identificação, idade, endereço, tipo de parto, dados da história obstétrica e dados relacionados ao procedimento realizado.
A fim de verificar as convergências e divergências entre os dados anotados nos prontuários e aqueles que poderiam surgir das próprias gestantes, no segundo momento da pesquisa foi realizada uma coleta dos dados, feita a partir de instrumento padronizado e pré-codificado elaborado especificamente para este fim. Esse questionário, contendo 76 perguntas, foi dividido em três partes: a primeira, com 29 perguntas, relacionava os dados sociais e demográficos das gestantes; a segunda, com 27, levantava a história reprodutiva; e a terceira parte, com 20 perguntas, inquiria quanto a experiência do nascimento propriamente dito. As perguntas do questionário foram dirigidas a todas as gestantes listadas no levantamento inicial feito nos prontuários do Centro Obstétrico. Essas mulheres foram procuradas e entrevistadas em suas residências, mediante os endereços coletados na etapa inicial.
O projeto foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Universidade Federal de Rondônia, tal como exigem as Normas e Diretrizes Éticas para Pesquisa Envolvendo Seres Humanos.
Coleta e processamento dos dados obtidos
A amostra foi constituída por todas as parturientes (n = 4.710) atendidas no Centro Obstétrico do Hospital de Base nos anos de 2006 e 2007. Foram excluídas as mulheres cujas residências se situavam na zona rural – de difícil acesso – e em outros municípios do Estado, que constituíam aproximadamente 20% do total. As entrevistas foram realizadas por equipe composta por profissionais da área da saúde, agentes de saúde, que se deslocaram à residência das entrevistadas. Todos os pesquisadores foram previamente treinados e supervisionados pelo pesquisador responsável, autor do artigo. Quando as mulheres não eram encontradas no endereço especificado no prontuário ou o próprio endereço não existia – situação bastante frequente - eram excluídas, de tal forma que foram excluídas, de forma aleatória, 3449 mulheres, o que corresponde a 73,2% da amostra total. Do total de 1261 mulheres encontradas nos seus endereços, 422 tinham idade inferior a 19 anos.
Todos os questionários foram revisados e os dados armazenados no Statistical Package for the Social Sciences (SPSS 15.D). As dúvidas surgidas foram ratificadas por telefone ou com retorno à moradia de cada entrevistada. Os dados foram coletados após a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
Resultados e discussão
A Tabela 1 demonstra o número absoluto de nascimentos ocorridos nos anos de 2006 e 2007, de acordo com a faixa etária das parturientes. Chama a atenção é que aproximadamente 1 em cada 3 gestantes estão na faixa etária que as classifica como adolescentes.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) registra percentuais diferentes nos vários estados da Federação, sendo que o percentual de nascidos vivos em mulheres com menos de 20 anos é 21,6% para todo o Brasil, ou seja 1 em cada 5 gestantes 22. Percentuais variáveis ocorrem entre as regiões do país, sendo de 15,8% no Distrito Federal, 16,9% no estado de São Paulo e de 30,2% no Maranhão e 29,9% no Pará. Vale comentar que nos países industrializados, de 1970 a 2000, registrou-se aumento na taxa de nascimentos entre mulheres com 35 anos ou mais, nos Estados Unidos (EUA) esse percentual aumentou de 5 para 13% de todos os partos, o que caracteriza uma tendência que parece se reproduzir também no Brasil onde o percentual de nascimentos nas mulheres nesta faixa etária passou de 7,95% em 1996 para 9,55% em 2006 23. Parece haver uma correlação inversa nesses casos com o aumento das taxas de natalidade em mulheres nas faixas etárias mais avançadas ocasiona um aparente declínio nas taxas de gravidez em adolescentes. O novo papel da mulher nas sociedades modernas faz que as mesmas tenham seus filhos mais tardiamente.
Tabela 1 - Distribuição das gestantes que tiveram filhos no Centro Obstétrico do Hospital de Base de Porto Velho em 2006 e 2007 de acordo com faixa etária (n = 4.710)
Faixa Etária no Percentual
Até 19 anos 1.354 28,7%
20 até 35 anos 3.136 66,6%
Mais de 35 anos 214 4,5%
Sem registro 6 0,1%
Total 4.710 100%
Fonte: SAME/Hospital de Base
O registro da via de parto das gestantes que tiveram filhos no Centro Obstétrico do Hospital de Base nos anos de 2006 e 2007. Do total de 422 adolescentes, 206 (48,8%) tiveram filhos por via vaginal e 216 (51,2%) por meio de cesariana. Vale ressaltar que o Hospital de Base passou a ser referência para gestações de alto risco a partir de junho de 2006, quando foi inaugurada a Maternidade Municipal. Observa-se que o índice de cesarianas não apresenta diferença estatisticamente significante (p < 0,5) entre as entre as faixas etárias pesquisadas, sejam gestantes adultas, sejam adolescentes.
A Tabela 2 relaciona a idade das gestantes à freqüência às consultas do pré-natal. Verifica-se que a adesão ao Programa de Atenção Básica de Saúde da Mulher tem índices globais de 83,4% o que é bastante significativo se somados ao percentual de 11,3% de adolescentes grávidas que fizeram 3 consultas durante a assistência pré-natal.
Tabela 2 – Idade das adolescentes grávidas atendidas no Centro Obstétrico do Hospital de Base nos anos de 2006 e 2007 e número de consultas ao pré-natal. (n = 422)
Idade/
anos Realização do pré—natal Total
Não fez PN 1 ou 2 consultas 3 consultas PN completo
N % N % N % N % N %
13 0 0,0 0 0,0 2 20,0 8 80,0 10 100,0
14 2 11,8 0 0,0 0 0,0 15 88,2 17 100,0
15 2 46,5 1 2,3 9 20,9 31 72,0 43 100,0
16 3 4,8 2 3,2 6 10,0 52 82,5 63 100,0
17 0 0,0 5 5,9 10 11,9 69 82,1 84 100,0
18 3 3,0 2 2,0 10 10,0 83 84,7 98 100,0
19 2 1,87 1 1,0 10 9,3 94 87,8 107 100,0
Total 12 2,84 11 2,6 47 11,3 352 83,4 422 100,0
Fonte: SAME/Hospital de Base
O número de gestantes adolescentes com gestações anteriores apresenta aumento progressivo em conformidade com a idade das parturientes. Vale ressaltar que entre as 39 parturientes com 15 anos de idade, 4 delas já estavam na segunda gestação. No outro extremo, das 69 parturientes com 19 anos de idade, um total de 38 já tinham experimentado uma gravidez anterior e 3 meninas já estavam na quarta gestação.
A Tabela 3 registra a idade das pacientes e a via de nascimento dos bebês. Observa-se que há uma inversão no percentual de procedimentos realizados nas parturientes com 13 e 14 anos de idade. A partir dos 15 anos de idade o número de partos normais e cesarianas segue uma proporção equitativa. (x2= 6,548 – p = 0,365). O teste de Pearson ficou prejudicado em função dos valores extremos registrados para as meninas mais jovens.
Tabela 3 - Idade das adolescentes e via de nascimento registrada no Centro Obstétrico do Hospital de Base nos anos de 2006 e 2007 (n = 422) (x2 = 6,548 – p = 0,365).
Idade/anos Via de parto Total
Vaginal Cesariana
N % N % N %
13 3 30,0 7 70,0 10 100,0
14 12 70,6 5 29,4 17 100,0
15 23 53,5 20 46,5 43 100,0
16 33 52,4 30 47,6 63 100,0
17 42 50,0 42 50,0 84 100,0
18 46 46,9 52 53,1 98 100,0
19 47 43,9 60 46,1 107 100,0
Total 206 48,8 206 216 51,2 422
Fonte: SAME/Hospital de Base
Ao analisar a relação entre a idade das adolescentes e a ocorrência de óbito fetal em decorrência do nascimento Centro Obstétrico do Hospital de Base nos anos de 2006 e 2007 (x2 = 5,556 – p = 0,475), verifica-se que não há relação entre idade das gestantes e ocorrência de óbito fetal. Trabalhos científicos similares demonstram que não existem diferenças significativas na evolução da gestação e desempenho obstétrico entre as gestantes adolescentes precoces e tardias 25.
Sob outra ótica, quando se relaciona a idade das gestantes adolescentes atendidas no Centro Obstétrico do Hospital de Base nos anos de 2006 e 2007 e a situação conjugal dos pais da gestante adolescente (avós maternos), verifica-se que não há relação entre a situação conjugal dos avós maternos e a idade das meninas. Valores extremos podem ter prejudicado o teste de Pearson. (x2 = 7,445 – p = 0,282).
A Tabela 4 relaciona a idade das gestantes adolescentes atendidas no Centro Obstétrico do Hospital de Base nos anos de 2006 e 2007 e a utilização prévia de métodos anticoncepcionais. A literatura demonstra que a utilização de camisinha tem aumentado significativamente, tanto nas relações estáveis, como nas relações casuais, em quase todos os segmentos 26. Verifica-se que muitas adolescentes (47,6%) nunca fizeram uso de nenhum método anticoncepcional, em especial as mais jovens. Esta é uma indicação de que os Programas de Saúde devem intensificar ações neste sentido, em especial com a intensificação de campanhas e com a regularização do fornecimento da pílula do dia seguinte cujo fornecimento para as usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS) deve ser facilitado e desburocratizado. É uma queixa freqüente das meninas que nunca encontram a pílula do dia seguinte nos postos de saúde. Esta recomendação corrobora sugestão do Fórum 2005 sobre Adolescência e contracepção de emergência 27.
Tabela 4 - Idade das gestantes adolescentes atendidas no Centro Obstétrico do Hospital de Base nos anos de 2006 e 2007 (n = 422) e a utilização prévia de métodos anticoncepcionais. (x2 = 39,818 – p = 0,108).
Idade/ anos Utilização de Métodos Anticoncepcionais Total
Nunca utilizou Tabelinha Uso regular da camisinha Uso irregular da camisinha Pílula DIU
N % N % N % N % N % N % N %
13 7 70,0 0 0,0 1 10,0 1 10,0 1 10,0 0 0,0 10 100,0
14 13 76,5 0 0,0 0 0,0 1 5,9 3 17,6 0 0,0 17 100,0
15 23 53,5 0 0,0 3 7,0 7 16,3 9 20,9 1 2,3 43 100,0
16 34 54,0 1 1,6 3 4,8 12 19,0 13 20,6 0 0,0 63 100,0
17 40 47,6 1 1,2 8 9,5 15 17,9 20 23,8 0 0,0 84 100,0
18 43 43,9 0 0,0 6 6,1 14 14,3 34 34,7 1 1,0 98 100,0
19 41 38,3 0 0,0 8 7,5 8 7,5 49 45,8 1 0,9 107 100,0
Total 201 47,6 2 0,5 29 6,9 59 14,0 129 30,5 2 0,5 422 100,0
Fonte: SAME/Hospital de Base
Ao relacionar a idade das grávidas adolescentes atendidas no Centro Obstétrico do Hospital de Base nos anos de 2006 e 2007 com a idade do pai dos bebês. Verifica-se que, com exceção das meninas com 16 anos de idade, todos os grupos com a mesma idade permanecem, em aproximadamente 60% dos casos, com o mesmo parceiro, que é também o pai da criança.
Quanto às características da primeira relação sexual e a idade das adolescentes grávidas atendidas no Centro Obstétrico do Hospital de Base nos anos de 2006 e 2007. Verifica-se que, na absoluta maioria dos casos (96%) houve consentimento por parte das meninas para a efetivação da primeira relação sexual, 15 (3,5%) meninas declararam que a primeira relação sexual foi forçada e 2 (0,5%) adolescentes declararam ter sido estupradas.
A Tabela 5 registra a idade das gestantes adolescentes atendidas no Centro Obstétrico do Hospital de Base nos anos de 2006 e 2007 em relação ao planejamento da gravidez. De uma forma geral, se pode concluir que, com exceção das meninas com 15 anos de idade, a gravidez não teve planejamento nos demais grupos etários. (x2 = 7,152 – p = 0,307).
Tabela 5 – Idade das grávidas adolescentes atendidas no Centro Obstétrico do Hospital de Base nos anos de 2006 e 2007 (n = 422 e planejamento da gravidez)
Idade/ anos Planejamento da Gravidez Total
SIM NÃO
N % N % N %
13 3 30,0 7 70,0 10 100,0
14 0 100 17 0,0 17 100,0
15 9 70,0 34 30,0 43 100,0
16 15 23,8 48 76,3 63 100,0
17 18 21,4 66 78,6 84 100,0
18 22 22,9 76 77,1 98 100,0
19 30 28,0 77 72,0 107 100,0
Total 97 23,0 325 77,0 422 100,0
Fonte: SAME/Hospital de Base
Quando se analisa a idade das adolescentes grávidas atendidas no Centro Obstétrico do Hospital de Base nos anos de 2006 e 2007 e o desejo pela gravidez. Verifica-se que existe uma associação estatística entre o desejo pela gravidez entre as meninas de todas as idades. Do total de 422 adolescentes, 290 (68,7%) declararam que a gravidez foi planejada e 132 (31,2%) declararam não ter planejado a gravidez. (x2 = 17, 393 – p = 0,008)
Quando se relaciona a idade das grávidas adolescentes atendidas no Centro Obstétrico do Hospital de Base nos anos de 2006 e 2007 e a situação do relacionamento com os familiares após a gravidez. De modo geral, 88,9% das meninas responderam que não mudou o relacionamento com os familiares e 11,1% relataram algum tipo de rejeição ou problema no relacionamento com os próprios pais, o que reforça o argumento de que a gestação na adolescência nem sempre é percebida como um problema 28. (x2 = 5,702 – p = 0,457)
Verificou-se também que, no geral, em 1/3 dos casos as despesas são arcadas pelos avós maternos, em outro 1/3 dos casos pelo próprio pai do bebê e em outro 1/3 dos casos por ambas as partes. Normalmente quando a adolescente declara ter renda própria, esta se refere à proventos provenientes de pensão alimentícia. (x2 = 18,887 – p = 0,399)
A literatura refere que a família constitui fonte de apoio material dos jovens pais e mães, independentemente do segmento social e da situação de moradia, há sempre uma ajuda importante no sustento dos jovens e seus filhos. As avós maternas estão sempre próximas aos netos e assumem responsabilidades no cuidar dos mesmos 29. O suporte familiar tem sido considerado o fator minimizador mais importante nas repercussões emocionais negativas na gravidez na adolescência 30.
A Tabela 6 demonstra que a absoluta maioria (96,0%) das adolescentes atendidas no Centro Obstétrico do Hospital de Base nos anos de 2006 e 2007 (n = 422) não engravidou novamente após o nascimento do bebê. Deve-se salientar que o questionário foi realizado durante os primeiros meses de 2009.
Tabela 6 - A idade das grávidas adolescentes atendidas no Centro Obstétrico do Hospital de Base nos anos de 2006 e 2007 (n = 422) e a ocorrência de nova gestação após o nascimento do bebê.
Idade/ anos Ocorrência de nova gestação Total
Não Sim, do mesmo parceiro Sim, de outro parceiro
N % N % N % N %
13 9 90,0 1 10,0 0 0,0 10 100,0
14 16 94,1 1 5,9 0 0,0 17 100,0
15 38 88,4 4 9,3 1 2,3 43 100,0
16 63 100,0 0 100,0 0 0,0 63 100,0
17 84 100,0 0 0,0 0 0,0 84 100,0
18 92 100,0 0 0,0 0 0,0 98 100,0
19 103 92,3 3 2,8 1 0,9 107 100,0
Total 405 96,0 15 3,5 2 0,5 422 100,0
Fonte: SAME/Hospital de Base
Considerações finais
A gravidez na adolescência é um fenômeno bastante complexo e está associado a uma multiplicidade de fatores sociais, familiares, econômicos, comportamentais, psicológicos, educacionais que proporcionam, na ampla maioria das vezes, ainda mais problemas e desvantagens para este grupo populacional vulnerável que nem são crianças e nem tampouco são mulheres adultas. Dependem de terceiros para a aquisição de elementos básicos e necessários para a sobrevivência do corpo e permanecem a mercê de estereótipos, fantasias, sonhos, que serão os instrumentos utilizados para modelar a identidade e a personalidade futuras do adulto em formação.
As enormes disparidades econômicas, sociais e culturais entre as classes no Brasil impõem modulações consideráveis no fenômeno da juventude e da gravidez na adolescência 31. Desejada ou não, planejada ou não, a gravidez em adolescentes ocorre em inúmeros cenários do qual fazem parte vários atores, acarreta desdobramentos que se arrastam por várias trajetórias e envolvem muitos destinos.
Muito embora sejam bastante significativas as características biológicas, físicas, comportamentais e psicológicas entre pessoas do sexo feminino cujas idades variam dos 10 aos 19 anos, todas as meninas enquadradas dentro desta faixa etária são classificadas como adolescentes.
Os dados do presente trabalho demonstram que não existem diferenças significativas em todos os aspectos abordados e a idade individualizada das meninas entrevistadas. Há uma uniformidade nas características pesquisadas em todos e em cada ano da vida das meninas mães cuja idade ascende dos 10 aos 19 anos.
Resumen
Título em espanhol
La edad materna como factor de riesgo en el embarazo en la adolescência. Este artículo analiza diversos aspectos del embarazo adolescente en relación con la edad que van de 10 a 19 años según la Organización Mundial de la Salud la investigación realizada aquí que busca aumentar las consecuencias de la edad de las adolescentes embarazadas con factores diversos que los riesgos inherentes al parto, los aspectos sociales y de comportamiento, teniendo en cuenta las diferencias fiscales y emocional entre una niña de 10 años y un adulto con casi 19 años. Con el fin de examinar la edad materna como factor de riesgo en los adolescentes que quedan embarazadas, se ha elaborado una encuesta de cuestionario semi-estructurado aplicado a 422 mujeres embarazadas de 10 a 19 ya realizada, que dieron a luz en la obstetricia el Hospital Base de Porto Velho, Rondônia, en los años 2006 y 2007.
Palabras-clave: Adolescencia. El embarazo. Edad. Riesgo.
Abstract
Título em inglês
Maternal age as a risk factor in teenage pregnancy
This paper discusses various aspects of adolescent pregnancy related to age ranging from 10 to 19 years according to World Health Organization research undertaken here seeks to scale the consequences of the age of pregnant adolescents with various factors that will inherent risks of birth, social and behavioral aspects, considering the fiscal and emotional differences between a girl of 10 years and an adult woman with nearly 19 years. In order to examine the maternal age as risk factor in adolescents who become pregnant, a survey was drawn from semi-structured questionnaire applied to 422 pregnant women aged 10 to 19 already completed, who had childbirth in the obstetric the Base Hospital of Porto Velho, Rondônia, in the years 2006 and 2007.
Key words: Adolescence. Pregnancy. Age. Risk
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