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Em nota, Conselhos de Medicina também
repudiam atos de xenofobia e preconceito em qualquer situação
O Conselho Federal de Medicina (CFM) e os Conselhos Regionais de
Medicina (CRMs) reafirmaram nesta quarta-feira (21) suas críticas ao Programa
“Mais Médicos”, que “tem se configurado como um instrumento de agressão à
legislação brasileira e à democracia“. Em nota, as entidades alertam a
sociedade e a Justiça contra os abusos praticados no âmbito do Programa, que
“incluem o desrespeito à lei que exige validação de diplomas obtidos no
exterior, a precarização das relações de trabalho, a existência de situações
análogas à semiescravidão entre médicos e o descaso na montagem de uma rede de
atendimento que seja eficaz e eficiente”.
Os Conselhos de Medicina esclareceram também que repudiam “atos de
xenofobia e preconceito em qualquer situação” e reforçaram que o debate deve
ser ancorado em dois aspectos principais, sendo o primeiro deles a ausência de
comprovação da competência técnica dos profissionais formados no exterior. No
caso especifico dos cubanos, os Conselhos chamam a atenção para a existência de
acordos firmados pelo Governo brasileiro e que permitem a prática de regras
comuns aos regimes ditatoriais e autoritários no Brasil.
No documento, os Conselhos de Medicina ainda orientam os médicos
brasileiros sobre procedimentos que devem ser adotados no exercício de sua
função. “Sempre que procurados devem prestar atendimento aos pacientes com
complicações decorrentes de atendimentos realizados por médicos estrangeiros
contratados sem a revalidação de seus diplomas”. Além disso, reforçam que todo
o trabalho deve ser realizado com dedicação, usando o melhor do conhecimento e
todos os recursos disponíveis em benefício do paciente.
Os Conselhos esclareceram também que continuarão cumprindo a legislação,
sem, no entanto, abandonar a busca do convencimento dos parlamentares durante o
processo de discussão da MP 621 no Congresso, do Ministério Público e do Poder
Judiciário. Reafirmam ainda que manterão seu papel legítimo de agente
fiscalizador da assistência em saúde, exigindo que Governo ofereça as condições
de atendimento com qualidade em todo o território nacional, com a adoção de
medidas estruturantes - capazes de resolver o problema da falta de acesso à
assistência – ao invés de recorrer às ações paliativas, midiáticas e
eleitoreiras.
LEIA ABAIXO A NOTA NA ÍNTEGRA:
NOTA DE
ESCLARECIMENTO Á SOCIEDADE
Brasília, 28 de agosto de 2013.
Com relação às ações previstas pela MP 621/2013, o Conselho Federal de
Medicina (CFM) e os 27 Conselhos Regionais de Medicina (CRMs) oferecem os
seguintes esclarecimentos à sociedade e orientam os médicos brasileiros sobre
procedimentos que devem ser adotados no exercício de sua função:
1. Os médicos
brasileiros sempre que procurados devem prestar atendimento aos pacientes com
complicações decorrentes de atendimentos realizados por médicos estrangeiros
contratados sem a revalidação de seus diplomas;
2. Todo o trabalho deve ser realizado com dedicação,
usando o melhor do conhecimento e todos os recursos disponíveis em benefício do
paciente;
3. Este tipo de atendimento deve ser documentado em
relatório detalhado, o qual será encaminhado ao Conselho Regional de Medicina
do Estado onde aconteceu o incidente para adoção de medidas cabíveis junto às
autoridades.
De forma conjunta, as entidades reiteram ainda suas críticas à MP 621, a
qual tem se configurado como um instrumento de agressão à legislação brasileira
e à democracia. Sendo assim, o CFM e o CRMs ressaltam que:
a) Continuarão a cumprir
a legislação – como sempre tem feito -, sem, no entanto, abandonar a busca do
convencimento dos parlamentares durante o processo de discussão dessa Medida
Provisória no Congresso, do Ministério Público e do Poder Judiciário;
b) Manterão seu papel legítimo de agente
fiscalizador da assistência em saúde, exigindo que Governo ofereça as condições
de atendimento com qualidade em todo o território nacional, com a adoção de
medidas estruturantes - capazes de resolver o problema da falta de acesso à
assistência – ao invés de recorrer às ações paliativas, midiáticas e
eleitoreiras;
c) Alertarão à sociedade e à Justiça contra abusos
praticados no âmbito do Programa Mais Médicos; que incluem o desrespeito à lei
que exige validação de diplomas obtidos no exterior; a precarização das
relações de trabalho; a existência de situações análogas à semiescravidão entre
médicos; e o descaso na montagem de uma rede de atendimento que seja eficaz e
eficiente.
Os Conselhos de Medicina repudiam atos de xenofobia e preconceito em
qualquer situação. O debate que se impõe deve ser ancorado em dois aspectos
principais: primeiro, a ausência de comprovação da competência técnica dos profissionais
formados no exterior e, no caso especifico dos cubanos, na existência de
acordos firmados pelo Governo brasileiro e que permitem em nosso país a prática
de regras comuns aos regimes ditatoriais e autoritários, que fazem uso da
coerção e limitação aos direitos individuais e humanos aos seus cidadãos.
Finalmente, o CFM e os CRMs alertam que a falta de transparência e a
ausência de debates com os diversos segmentos – práticas adotadas pelo Governo
Federal – remetem ao autoritarismo que prejudica o Estado democrático de
direito.
CONSELHO FEDERAL DE
MEDICINA (CFM)
CONSELHOS REGIONAIS DE MEDICINA (CRMs)
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